São Paulo, segunda-feira, 25 de maio de 2009

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muralhas

Goleiros determinam empate sem gols

Em clássico, ataques de Palmeiras e São Paulo esbarram em Marcos e Denis, que impedem seis gols com suas defesas

Palmeiras 0
São Paulo 0

RENAN CACIOLI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O clássico entre Palmeiras e São Paulo poderia ter terminado com, no mínimo, seis gols no placar. Acabou sem nenhum, graças às atuações inspiradas dos goleiros Marcos e Denis.
As reverências de ambos os lados no final da partida foram todas para os arqueiros.
"Existiram oportunidades aqui e lá. Mas tanto o Marcos quanto o Denis evitaram os gols e foram muito bem", comentou o atacante são-paulino Dagoberto, uma das "vítimas" das defesas do goleiro palmeirense.
Em dois lances cara a cara com o campeão mundial de 2002, o atacante levou a pior.
Mas nenhum jogador do clube tricolor lamentou tanto a atuação de Marcos quanto o camisa 9 Washington, que teve a bola do jogo nos acréscimos.
Depois de deixar o zagueiro Marcão sentado com duas fintas, o arremate, rasteiro, parou no pé do goleiro. "Ele foi muito feliz", lamentou o atacante.
De contrato novo, que será assinado hoje, o capitão palmeirense vai atuar mais dois anos como atleta do clube. Depois, acertou que exercerá cargo ainda não definido na comissão técnica palmeirense.
"Por dois anos ainda preciso ser goleiro. Depois vou ver o que fazer", afirmou Marcos, que antes dos 10min já havia praticado um milagre em cabeçada do zagueiro André Dias.
"Não dá pra imaginar o Marcos fora do Palmeiras ou o Rogério fora do São Paulo", falou o treinador palmeirense, Vanderlei Luxemburgo, mencionando o papel do primeiro goleiro são-paulino no clube.
Mas foi o terceiro homem da posição, Denis, o responsável por impedir o oponente de sair de campo com a vantagem.
Na sua segunda partida pela equipe -a primeira foi a vitória (2 a 0) sobre a Portuguesa, no Paulista-, o ex-jogador da Ponte Preta mostrou personalidade e, acima de tudo, reflexo.
Aos 32min do primeiro tempo, Denis espalmou uma finalização à queima-roupa de Keirrison. No segundo duelo diante do atacante, aos 12min da etapa final, contou com a sorte ao ver o tiro cruzado passar muito próximo de sua trave direita.
"É muito importante para o goleiro que entra em campo sair sem tomar gols. Trabalhei a semana inteira para isso", disse Denis, 22. Antes do clássico, ele havia sido impedido de dar entrevistas pela comissão técnica.
A bola, por sinal, estava em suas mãos quando o árbitro Rodrigo Braghetto encerrou o jogo. Ele acabara de praticar uma defesa sem dar rebote em cabeçada do meia Diego Souza.
"Não podemos nos empolgar, como é costume no futebol brasileiro", afirmou o técnico Muricy Ramalho, tentando desviar o foco do arqueiro, que fará sua estreia na Taça Libertadores na próxima quarta-feira, diante do Cruzeiro, no Mineirão.
Fora os goleiros, outro personagem do duelo foi o árbitro. Os palmeirenses reclamaram muito de um pênalti de Miranda em Diego Souza não marcado, aos 9min da etapa final.
"Se ele estivesse com uma visão ruim do lance, eu poderia perdoar. Mas vendo na TV, ele estava de frente para o lance. Não poderia deixar de dar o pênalti", reclamou Luxemburgo.
Em sua entrevista depois da partida, o treinador bateu forte no chefe da arbitragem da federação paulista, Marcos Marinho, e no presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa da Silva.
O presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, disse ter ido falar com o árbitro Rodrigo Braghetto no vestiário.
"Falei que considerava a atuação dele danosa ao Palmeiras", contou o dirigente.
Além de não dar o pênalti, Braghetto ainda expulsou um jogador de cada lado: Maurício Ramos, do Palmeiras, e Richarlyson, do São Paulo.
Com isso, os são-paulinos chegaram a jogar por 15 minutos com um homem a mais, mas nem assim superaram Marcos.


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