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muralhas
Goleiros determinam empate sem gols
Em clássico, ataques de Palmeiras e São Paulo esbarram em Marcos e Denis, que impedem seis gols com suas defesas
Palmeiras 0
São Paulo 0
RENAN CACIOLI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O clássico entre Palmeiras e
São Paulo poderia ter terminado com, no mínimo, seis gols no
placar. Acabou sem nenhum,
graças às atuações inspiradas
dos goleiros Marcos e Denis.
As reverências de ambos os
lados no final da partida foram
todas para os arqueiros.
"Existiram oportunidades
aqui e lá. Mas tanto o Marcos
quanto o Denis evitaram os gols
e foram muito bem", comentou
o atacante são-paulino Dagoberto, uma das "vítimas" das
defesas do goleiro palmeirense.
Em dois lances cara a cara
com o campeão mundial de
2002, o atacante levou a pior.
Mas nenhum jogador do clube tricolor lamentou tanto a
atuação de Marcos quanto o camisa 9 Washington, que teve a
bola do jogo nos acréscimos.
Depois de deixar o zagueiro
Marcão sentado com duas fintas, o arremate, rasteiro, parou
no pé do goleiro. "Ele foi muito
feliz", lamentou o atacante.
De contrato novo, que será
assinado hoje, o capitão palmeirense vai atuar mais dois
anos como atleta do clube. Depois, acertou que exercerá cargo ainda não definido na comissão técnica palmeirense.
"Por dois anos ainda preciso
ser goleiro. Depois vou ver o
que fazer", afirmou Marcos,
que antes dos 10min já havia
praticado um milagre em cabeçada do zagueiro André Dias.
"Não dá pra imaginar o Marcos fora do Palmeiras ou o Rogério fora do São Paulo", falou o
treinador palmeirense, Vanderlei Luxemburgo, mencionando o papel do primeiro goleiro são-paulino no clube.
Mas foi o terceiro homem da
posição, Denis, o responsável
por impedir o oponente de sair
de campo com a vantagem.
Na sua segunda partida pela
equipe -a primeira foi a vitória
(2 a 0) sobre a Portuguesa, no
Paulista-, o ex-jogador da Ponte Preta mostrou personalidade e, acima de tudo, reflexo.
Aos 32min do primeiro tempo, Denis espalmou uma finalização à queima-roupa de Keirrison. No segundo duelo diante
do atacante, aos 12min da etapa
final, contou com a sorte ao ver
o tiro cruzado passar muito
próximo de sua trave direita.
"É muito importante para o
goleiro que entra em campo
sair sem tomar gols. Trabalhei a
semana inteira para isso", disse
Denis, 22. Antes do clássico, ele
havia sido impedido de dar entrevistas pela comissão técnica.
A bola, por sinal, estava em
suas mãos quando o árbitro Rodrigo Braghetto encerrou o jogo. Ele acabara de praticar uma
defesa sem dar rebote em cabeçada do meia Diego Souza.
"Não podemos nos empolgar,
como é costume no futebol brasileiro", afirmou o técnico Muricy Ramalho, tentando desviar
o foco do arqueiro, que fará sua
estreia na Taça Libertadores na
próxima quarta-feira, diante do
Cruzeiro, no Mineirão.
Fora os goleiros, outro personagem do duelo foi o árbitro. Os
palmeirenses reclamaram
muito de um pênalti de Miranda em Diego Souza não marcado, aos 9min da etapa final.
"Se ele estivesse com uma visão ruim do lance, eu poderia
perdoar. Mas vendo na TV, ele
estava de frente para o lance.
Não poderia deixar de dar o pênalti", reclamou Luxemburgo.
Em sua entrevista depois da
partida, o treinador bateu forte
no chefe da arbitragem da federação paulista, Marcos Marinho, e no presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa da Silva.
O presidente do Palmeiras,
Luiz Gonzaga Belluzzo, disse
ter ido falar com o árbitro Rodrigo Braghetto no vestiário.
"Falei que considerava a
atuação dele danosa ao Palmeiras", contou o dirigente.
Além de não dar o pênalti,
Braghetto ainda expulsou um
jogador de cada lado: Maurício
Ramos, do Palmeiras, e Richarlyson, do São Paulo.
Com isso, os são-paulinos
chegaram a jogar por 15 minutos com um homem a mais, mas
nem assim superaram Marcos.
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