Evento de atletismo teve mais de 36 mil torcedores

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com 36.832 torcedores, o estádio do Mangueirão, em Belém, pode ter sediado ontem sua última edição do GP Brasil de atletismo. Caso a cidade seja efetivada como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, a arena deve perder sua pista.
"Não creio que a Fifa vá fazer essa exigência", diz Carlos Alberto Leão, secretário de Estado de Esporte e Lazer do Pará.
"Mas, se for necessário, construímos uma pista anexa, com arquibancada para 10 mil pessoas, fora do estádio, mas no complexo do Mangueirão."
A exigência de exclusividade consta do caderno de encargos da Fifa para estádios, que é seguido para o Mundial de 2014.
A página 19 do documento, diz: "Alargar o terreno para outro esporte ou acrescentar uma pista de atletismo ao redor do campo pode fazer com que os espectadores de futebol fiquem distantes do campo e afastados das ações do jogo. Isso reduz o envolvimento com a partida e diminui a empolgação".
A iniciativa já motivou reunião da Iaaf (entidade que gere o atletismo) com a Fifa. Após o encontro, a federação que comanda o futebol divulgou que a decisão sobre o tema caberia ao proprietário do estádio. Mas manteve sua recomendação.
Caso tenha que retirar a pista do Mangueirão, sede do GP Brasil desde 2002, Leão espera fazer parceria público-privada para erguer o novo estádio.
"Poderíamos estabelecer como contrapartida a construção da arena de atletismo", disse.
Por trás do problema está a continuidade do evento que atrai o maior público no país para o atletismo. Belém ostenta as melhores médias de participação dos torcedores em competições internacionais no Brasil, que conta também com GPs em Fortaleza, Rio e Uberlândia.
"Atraímos três vezes o total de público dos outros eventos somados", contabiliza Leão.
Na pista, os destaques ontem foram estrangeiros. No salto em distância, Brittney Reese (EUA) conquistou o ouro ao saltar 7,06 m, na melhor marca do ano. Ela dividiu o pódio com as brasileiras Keila Costa (prata) e Maurren Maggi (bronze), campeã olímpica da prova.
Já o português Nelson Évora, campeão olímpico, venceu o salto triplo ao cravar 17,66 m, também a melhor da temporada. Fabiana Murer (salto com vara) e Fabiano Peçanha (800 m) foram os únicos anfitriões que triunfaram no GP Brasil.


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