Quinto triunfo em seis corridas no ano coloca inglês em lista ao lado de Fangio, Clark, Stewart, Mansell e Schumacher

Piloto da Brawn declara que vantagem sobre Barrichello propiciou diversão maior na sua 1ª conquista nas ruas do Principado de Mônaco

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MÔNACO

Nas estreitas ruas de Mônaco, qualquer desatenção pode significar o fim da corrida. Mas a soberania de Jenson Button ontem no principado foi tamanha que o piloto da Brawn conseguiu se divertir nas voltas finais de sua quinta vitória em seis etapas do Mundial de F-1.
"Com o passar do tempo, as paredes parecem ficar cada vez mais próximas. Mas eu tinha uma vantagem tão grande que nas últimas duas voltas pude simplesmente curtir vencer em Mônaco", festejou, extasiado e com a garrafa de champanhe que trouxe de seu sexto pódio na temporada.
"Pela primeira vez, eu consegui olhar para este cenário durante uma corrida. Eu já estava com um ritmo tão tranquilo nas voltas finais que seria impossível cometer um erro."
A folga a que se refere era sobre seu companheiro de equipe, Rubens Barrichello, que chegou em segundo, 7s666 atrás do inglês -vantagem que chegou a 16s7 durante o GP.
Kimi Raikkonen foi terceiro.
Esta foi a terceira dobradinha da Brawn na temporada, todas com vitória do inglês.
"O Jenson está em ótima fase, guiando muito bem, como campeão. Tive ótimos companheiros, como o [Michael] Schumacher, que cometia alguns erros, algo que ele até agora não fez", disse o Barrichello.
A vitória colocou Jenson Button em um seleto grupo.
Tornou-se apenas o sétimo piloto na história da categoria a vencer cinco das seis primeiras etapas. Antes dele, Alberto Ascari, Juan Manuel Fangio, Jim Clark, Jackie Stewart, Nigel Mansell e Michael Schumacher, todos campeões, haviam conseguido tal supremacia.
"A verdade é que fatos não me empolgam muito. Mas vencer, sim, especialmente esta corrida. É uma coisa que você sempre sonha, desde criança, que vê na TV e acha um espetáculo. Mas vencer de fato é simplesmente fantástico", disse.
Nas primeiras voltas, o pole Button, 29, ainda enfrentou alguma pressão do companheiro, que pulou de terceiro para segundo na largada. Mas os pneus traseiros do carro de Barrichel- lo começaram a se degradar rapidamente, e o inglês aproveitou para construir seu triunfo.
"Fui para cima, mas, de repente, meu carro passou a perder aderência traseira, talvez porque eu estava muito próximo do Jenson", justificou o brasileiro. ""Agora devo seguir lutando porque tenho um carro ótimo nas mãos e estou batendo na porta. Uma hora vira."
Após a primeira rodada de pits, Button já tinha 16s6 de folga para Barrichello. Daí, passou a administrar a vantagem para vencer e se tornar mais favorito ao título, apesar de a posição não lhe parecer muito cômoda.
"As pessoas insistem em dizer que eu não perco mais este campeonato, mas isto cria uma energia negativa dizendo que eu só não ganho se não quiser."
Porém, ao cruzar a linha de chegada, sua empolgação foi tanta que ele não parou seu carro no ""parc fermé" após a bandeirada e ficou muito longe do local previsto. De capacete e acenando para o público com as luvas, saiu correndo até chegar ao pódio para receber do príncipe Albert seu troféu.
"Foi um pouco embaraçoso, mas tinha que fazer meu espetáculo", disse, como se as 78 voltas anteriores já não tivessem resolvido seu problema.


Texto Anterior: Juca Kfouri: Empate de São Marcos e do apito
Próximo Texto: Pela 1ª vez, Ferrari pontua com os 2 carros
Índice