São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 2002

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SONINHA

Afeito à irregularidade, avesso à objetividade

Quem apostou em França e Argentina como favoritas nesta Copa se baseou em dados objetivos (como os títulos de uma nos últimos anos e a boa campanha da outra nas eliminatórias).
Só que o futebol parece desafiar a objetividade, mais ainda do que outros esportes.
Por que será? Sócrates lembra que em outras modalidades o ritmo da disputa tem muito mais regularidade -é tentativa e erro o tempo todo. E a posse de bola é distribuída com mais equilíbrio: no vôlei e no tênis, você é obrigado a passar a bola para o adversário; no basquete, há um limite de tempo para o ataque. No futebol, pode-se passar muito tempo sem atacar e sem "ceder" a bola. Se cada time tivesse, digamos, três minutos para finalizar a gol, sob pena de ceder um tiro de meta para o rival, seria outro esporte!
Por ser tão afeito à irregularidade, o futebol permite que ""o pior em campo vença". Por isso também o futebol é difícil de descrever em números. Fazendo a média por jogo, o Datafolha indica que a Rússia finalizou mais vezes do que França, Argentina, Brasil e Espanha. Que a África do Sul fez tantos lançamentos quanto a Inglaterra. Que o Brasil é líder em contra-ataques (24 -só me lembro de três ou quatro!). Que Thiaw (Senegal) foi o que mais finalizou. O que isso tudo prova? Nada!
Portanto, se os números desta Copa ajudam pouco a entender o que se passa, imagine os resultados do passado. Desisto de qualquer prognóstico...

soninha.folha@uol.com.br



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