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FUTEBOL
Técnico reclama da imprensa e diz que time juntado às pressas, sem tempo para treinar, contribuiu para eliminação
Parreira credita fiasco a "efeito aeroporto"
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SAINT-ÉTIENNE
Para Carlos Alberto Parreira, o
torcedor só questiona o desempenho da sua seleção brasileira, eliminada anteontem já na primeira
fase da Copa das Confederações,
por culpa da imprensa.
Na porta do trem que levou a
delegação de Saint-Étienne para
Paris, o treinador, bastante irritado, disse não existir pressão natural da torcida sobre seu trabalho.
"O torcedor julga porque vocês
[imprensa] falam. Se vocês não
tocarem no assunto, o torcedor
também não vai tocar no assunto.
Então o que vocês têm que analisar e dizer é que o time não treinou e só se juntou no aeroporto.
Estou falando da realidade, não
estou inventando fatos", afirmou
o treinador, que por diversas vezes fez questão de ressaltar sua
competência, do resto da comissão técnica e dos jogadores.
"Sei armar perfeitamente um time, como ficou provado no primeiro tempo contra a Turquia,
que foi primoroso", disse Parreira, prometendo uma performance ainda melhor quando tiver
mais tempo para treinar a equipe.
"Tecnicamente o Brasil é inigualável. Quando nossos jogadores estão treinados e descansados,
nos tornamos praticamente imbatíveis", afirmou o treinador.
Mas, nas eliminatórias para a
Copa-2006, que começam em setembro, novamente não haverá
muito tempo de preparação.
Parreira admitiu ontem que dificilmente o time irá realizar um
amistoso antes da estréia, contra a
Colômbia, em Barranquilla.
"Dificilmente vamos atuar antes da estréia. Assim, iremos começar o trabalho de programação
e acompanhamento dos jogadores que estão no Brasil e no exterior", afirmou o treinador, que
também vai assistir, in loco, à Copa Ouro, para a qual o país vai
mandar uma equipe sub-23.
Tática
Na Copa das Confederações,
apesar de não ter contado com
suas principais estrelas, o treinador gostou de testar inovações táticas. Uma delas foi o recuo do volante Emerson, que chegou a
atuar como um terceiro zagueiro.
Outra foi a função dada a Alex,
que jogou como o famoso "1" do
esquema montado por Zagallo
em meados da década passada.
Quando falou das suas opções
táticas, Parreira também aproveitou para soltar farpas contra seus
críticos. "O assunto é muito mais
importante do que saber se o Alex
começou jogando ou não. As coisas são muito mais elevadas do
que isso", queixou-se o técnico,
que constatou ainda uma mudança na forma de se jogar futebol.
"Depois da Copa, nós sentimos
que a pegada e a marcação cresceram muito. Nossos laterais estão
acostumados a jogar com liberdade no Brasil. Aqui isso é difícil. Temos que nos adaptar a essa nova
realidade. O espaço diminuiu. Temos que correr e marcar mais",
disse Parreira, que justificou sua
preocupação com as laterais ao
mexer bastante na posição durante a disputa da competição francesa. Depois de iniciar com Belletti e Kléber, ele colocou, no jogo
decisivo contra a Turquia, Maurinho e Gilberto na equipe titular.
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