UOL


São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Técnico reclama da imprensa e diz que time juntado às pressas, sem tempo para treinar, contribuiu para eliminação

Parreira credita fiasco a "efeito aeroporto"

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SAINT-ÉTIENNE

Para Carlos Alberto Parreira, o torcedor só questiona o desempenho da sua seleção brasileira, eliminada anteontem já na primeira fase da Copa das Confederações, por culpa da imprensa.
Na porta do trem que levou a delegação de Saint-Étienne para Paris, o treinador, bastante irritado, disse não existir pressão natural da torcida sobre seu trabalho.
"O torcedor julga porque vocês [imprensa] falam. Se vocês não tocarem no assunto, o torcedor também não vai tocar no assunto. Então o que vocês têm que analisar e dizer é que o time não treinou e só se juntou no aeroporto. Estou falando da realidade, não estou inventando fatos", afirmou o treinador, que por diversas vezes fez questão de ressaltar sua competência, do resto da comissão técnica e dos jogadores.
"Sei armar perfeitamente um time, como ficou provado no primeiro tempo contra a Turquia, que foi primoroso", disse Parreira, prometendo uma performance ainda melhor quando tiver mais tempo para treinar a equipe.
"Tecnicamente o Brasil é inigualável. Quando nossos jogadores estão treinados e descansados, nos tornamos praticamente imbatíveis", afirmou o treinador.
Mas, nas eliminatórias para a Copa-2006, que começam em setembro, novamente não haverá muito tempo de preparação.
Parreira admitiu ontem que dificilmente o time irá realizar um amistoso antes da estréia, contra a Colômbia, em Barranquilla.
"Dificilmente vamos atuar antes da estréia. Assim, iremos começar o trabalho de programação e acompanhamento dos jogadores que estão no Brasil e no exterior", afirmou o treinador, que também vai assistir, in loco, à Copa Ouro, para a qual o país vai mandar uma equipe sub-23.

Tática
Na Copa das Confederações, apesar de não ter contado com suas principais estrelas, o treinador gostou de testar inovações táticas. Uma delas foi o recuo do volante Emerson, que chegou a atuar como um terceiro zagueiro. Outra foi a função dada a Alex, que jogou como o famoso "1" do esquema montado por Zagallo em meados da década passada.
Quando falou das suas opções táticas, Parreira também aproveitou para soltar farpas contra seus críticos. "O assunto é muito mais importante do que saber se o Alex começou jogando ou não. As coisas são muito mais elevadas do que isso", queixou-se o técnico, que constatou ainda uma mudança na forma de se jogar futebol.
"Depois da Copa, nós sentimos que a pegada e a marcação cresceram muito. Nossos laterais estão acostumados a jogar com liberdade no Brasil. Aqui isso é difícil. Temos que nos adaptar a essa nova realidade. O espaço diminuiu. Temos que correr e marcar mais", disse Parreira, que justificou sua preocupação com as laterais ao mexer bastante na posição durante a disputa da competição francesa. Depois de iniciar com Belletti e Kléber, ele colocou, no jogo decisivo contra a Turquia, Maurinho e Gilberto na equipe titular.


Texto Anterior: O que ver na TV
Próximo Texto: Saiba mais: Desde a Copa-58, seleção padece em solo europeu
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.