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Blitz alemã destroça a seleção sueca
Time segue estratégia traçada por assistente, pressiona rivais, faz dois gols em 12 minutos e agora enfrenta a Argentina
Klinsmann afirma não se lembrar da última vez que a seleção comandada por ele jogou tão bem, mas evita celebrar o fim das críticas
GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE
O estratagema nasceu com o
assistente técnico Joachim
Löw. Após assistir aos três jogos da Suécia na fase inicial, ele
avisou Jürgen Klinsmann dos
buracos do time na defesa.
Aconselhou o treinador a começar o jogo em alta velocidade
e, assim, surpreender os rivais.
Klinsmann seguiu o roteiro à
risca. Aos 12min, já festejava os
2 a 0 que colocaram a Alemanha nas quartas-de-final. "Sinceramente, não me lembro da
última vez que jogamos um futebol assim. Tivemos um início
fantástico", resumiu.
Poderia ter sido ainda mais
impactante, não fosse a atuação
do goleiro Isaksson. Exigido em
toda a partida -os anfitriões finalizaram 29 vezes-, ele foi o
responsável por sua seleção
não ter levado uma goleada.
"O que eu poderia fazer depois daquele começo incrível?",
questionou, resignado, Lars
Lagerbäck, técnico sueco. Ele
se referiu aos dois gols tramados pela dupla de atacantes poloneses naturalizados Miroslav
Klose e Lukas Podolski.
Logo aos 5min, Klose recebeu na área, livrou-se de dois
marcadores, mas perdeu dividida para o goleiro Isaksson.
Seu companheiro de ataque ficou com a sobra e chutou para
abrir o marcador da partida.
Sete minutos depois, nova jogada de Klose, artilheiro da Copa com quatro tentos. Ele recebeu pela meia esquerda e avançou, atraindo a marcação. Da
entrada da área, achou Podolski livre. Um arremate certeiro
consagrou a blitz alemã.
"Comemorei muito porque
marcar dois gols tão rapidamente passa uma sensação ótima, de alívio. Sabíamos que tudo seria complicado e que tínhamos um tabu histórico para
defender", relatou Lehmann.
O goleiro não exagera. Desde
que o atual regulamento foi
adotado, em 1986, a Alemanha
nunca caiu nas oitavas-de-final. Além disso, a Suécia era um
rival historicamente aguerrido,
que eliminara a "Mannschaft"
nas semifinais da Copa-58.
Lehmann teve mais motivos
para festejar. Ao interromper
arrancada de Klose, eleito o
melhor em campo pela Fifa,
Lucic fez falta. Carlos Eugênio
Simon, brasileiro que apitou o
jogo, expulsou o zagueiro, que
já tinha cartão amarelo.
O curioso é que, a partir daí, a
Suécia renasceu na partida. Lagerbäck substituiu o meia
Källström pelo zagueiro Hansson. O time segurou os alemães
e conseguiu equilibrar o jogo.
A chance de recuperação veio
logo no início da etapa final,
quando Simon deu pênalti de
Metzelder em Larsson. O próprio atacante pediu a bola para
bater. Demonstrava confiança
e procurava incendiar os colegas com a oportunidade de voltarem a incomodar. Na cobrança, acertou a arquibancada.
"É estranho como o cartão
vermelho quebrou o nosso ritmo. O pênalti também poderia
ter mudado as coisas, mas estávamos empolgados. Merecemos a vaga", disse Klinsmann.
Mais uma vez o treinador,
criticado durante toda a preparação da Alemanha, deixou o
campo ovacionado. Além dos
torcedores, ganhou elogios até
da imprensa que, antes, o questionava. "Batemos os velhos
suecos. Que começo sensacional!", relatava o diário "Bild"
em sua versão on-line.
Questionado se já sentia alívio por ter calado opositores e
colocado seu time entre os oito
melhores da Copa, Klinsmann
tergiversou. "Sempre acreditei
na minha filosofia, mas não tenho tempo para pensar em coisas assim. Daqui a pouco tem o
jogo das quartas-de-final."
Mais precisamente daqui a
cinco dias. Na capital Berlim, a
Alemanha encara a Argentina
por uma vaga nas semifinais.
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