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FUTEBOL
Preocupado com a imagem da entidade, dirigentes pedem ao técnico que seja mais "político" nas declarações
CBF faz 1ª intervenção na era Luxemburgo
dos enviados a Foz do Iguaçu
Preocupados com a imagem da
seleção brasileira e da própria CBF
(Confederação Brasileira de Futebol), os dirigentes da entidade fizeram nessa semana a primeira intervenção na equipe comandada
por Wanderley Luxemburgo.
Por meio de Marcos Moura Teixeira, coordenador-técnico da seleção e primo de Ricardo Teixeira,
presidente da CBF, os dirigentes
da entidade aconselharam o treinador a adotar um discurso ""mais
político".
A preocupação não é nova. Uma
das razões da escolha de Moura
Teixeira para o cargo de coordenador-técnico da equipe foi que ele
poderia controlar os passos de Luxemburgo, com quem havia trabalhado no Corinthians como auxiliar de preparação física.
A intenção da CBF com a intervenção é evitar que algumas declarações mais agressivas e arrogantes do treinador criem um clima
hostil entre a seleção e a mídia, como ocorreu, principalmente, durante a Copa-94, nos EUA.
O temperamento de Luxemburgo também tem desagradado aos
jogadores mais experientes.
Na coletiva em que anunciou o
desligamento de Leonardo, porém, o técnico fez questão de salientar que o seu relacionamento
com o presidente da CBF é o melhor possível. ""Conversei com o
doutor Ricardo sobre as decisões, e
ele as apoiou completamente."
Mesmo sendo um dos três técnicos brasileiros com melhores resultados na década -os outros
são Luiz Felipe Scolari e Telê Santana-, Luxemburgo ainda não
tem a confiança plena de Teixeira.
Três motivos levaram Teixeira a
escolhê-lo para suceder Zagallo: o
apoio popular, verificado em pesquisas de opinião, o aval de Zico,
coordenador-técnico na Copa da
França, e o endosso do empresário
J. Hawilla, dono da Traffic, que é
amigo pessoal do treinador.
O profissional preferido por Teixeira para a seleção ainda é Carlos
Alberto Parreira, que dirigiu a
equipe na campanha do tetra.
Com as restrições a Luxemburgo, o sucesso da seleção na Copa
América e na Copa das Confederações, torneio que será disputado
no próximo mês, no México, será
fundamental para a manutenção
do treinador em seu cargo.
"Meu contrato é até o final da
Copa do Mundo (de 2002), segundo o combinado com o Ricardo
(Teixeira). Tenho certeza de que
vou seguir (na seleção) até a Copa", disse Luxemburgo ontem,
quando anunciou que Leonardo
não seria mais convocado para a
seleção sob o seu comando.
Marco Antônio Teixeira, tio de
Ricardo Teixeira e diretor-geral da
entidade, também tem restrições a
Luxemburgo.
(ALEXANDRE GIMENEZ, JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
e RODRIGO BERTOLOTTO)
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