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SPARRING
Declínio
EDUARDO OHATA
Deprimente. Foi assim a despedida de Muhammad Ali, em
1981. Em vez de se apresentar em
um dos hotéis-cassinos de Las
Vegas (EUA), a falta de interesse
do público obrigou-o a se ""exilar" em Nassau, nas Bahamas.
Despreparados, os organizadores da luta tiveram de improvisar uma lata como gongo.
O que se passou sobre o ringue
foi pouco mais que uma exibição. Durante a maior parte dos
dez assaltos, Trevor Berbick
(que anos mais tarde seria massacrado por Mike Tyson, quando este ganhou o cinturão do
Conselho Mundial) soube conter o ex-campeão dos pesados.
O jamaicano brincou, fez micagens para provocar o rival,
que não conseguia impor seu jogo. Do verdadeiro Ali, havia restado apenas o nome. Só isso. No
entanto, o fato de assistir ao vivo o ex-campeão, mesmo em
uma derrota, foi o bastante para
deliciar os incautos turistas.
Mas o glamour que havia marcado as exibições anteriores de
Ali não estava mais lá, havia desaparecido.
Ao longo dos anos, vários outros ex-campeões experimentaram igual situação. Ao que tudo
indica, Tyson, que deve retornar
aos ringues em setembro, pode
vir a ser um dos próximos.
Ao contrário do que vinha
acontecendo nos últimos anos,
sua próxima apresentação não
deve ser transmitida via pay-per-view nos EUA.
Dependendo da fonte consultada, entre 650 a 750 pessoas pagaram para assistir seu último
combate. ""Um número decepcionante", reconhece Jay Larkin, da rede de TV a cabo Showtime, que transmite suas lutas.
Também o público de sua última luta, contra Frans Botha, decepcionou, forçando os dirigentes do hotel-cassino MGM
Grand Garden a distribuir, quase de graça (US$ 16), ingressos
da luta entre seus funcionários.
Ainda não é o bastante para
provocar uma viagem às Bahamas, mas dependendo de sua
próxima performance, Tyson
pode ter de preparar as malas.
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