DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Henrique Cardoso e os quatro principais candidatos à presidência serviram como cabos eleitorais do Comitê Olímpico Brasileiro na apresentação da vencedora candidatura carioca ao Pan-2007. Para completar a argumentação, uma referência ao terrorismo, pesadelo norte-americano desde o ano passado, também foi utilizada.
Horas antes da votação, na Cidade do México, o comitê exibiu um vídeo para os membros da Odepa com mensagens do presidente e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PPS), José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB). A tática de universalizar o apoio político à candidatura era surpreender os delegados de 42 países, nove deles com direito a voto duplo -representantes de nações que já abrigaram a competição. Nas últimas semanas, temas internacionais, como a discussão do acordo com o FMI, já haviam entrado na pauta da sucessão presidencial.
O próprio COB tratou de se aproximar dos candidatos ao promover, no mês passado, um debate -apenas Lula faltou, por problemas de agenda. No encontro, a principal promessa ouvida foi a já aguardada lei de incentivo fiscal para o esporte, semelhante as do setor cultural.
"Essa vitória se deve a bela parceria entre todas as esferas do governo com o Comitê Olímpico Brasileiro", declarou Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, que lançou mão da lembrança do 11 de setembro na defesa da candidatura carioca. "Nosso país não tem problemas com terrorismo nem grupos terroristas", disse.
Cesar Maia, prefeito do Rio, justificou o argumento após a vitória. ""Não podíamos deixar de lado esse tema. O presidente americano fala disso todos os dias. Não queríamos abusar de um assunto tão delicado, mas era conveniente", declarou.
Também falaram na apresentação Caio Carvalho, ministro do Esporte e Turismo, e Carlos Roberto Osório, diretor da candidatura.