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AUTOMOBILISMO
Com títulos já decididos, escuderias focam marketing no primeiro GP no país asiático
BAR lidera jogo de sedução da F-1 na China
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI
Mercado. Em alemão, Markt.
Market, em inglês. Shichang, em
chinês, shi joh, em japonês; e por
aí vai. O mote do primeiro GP da
China, e razão de sua existência,
deixa os suntuosos escritórios do
paddock de Xangai para entrar na
pista na próxima madrugada.
Com o Mundial de Pilotos nas
mãos de Michael Schumacher e o
título de Construtores assegurado
pela Ferrari, o único e grande apelo da corrida chinesa para as escuderias é seduzir o público do país.
O segundo mercado do planeta.
A ponto de isso interferir na
competição e na relação de forças
da categoria. Os primeiros treinos
livres para a prova já deixaram
claro qual é o plano das equipes.
Para uma delas, em especial, é a
"corrida da vida". Sensação desta
temporada, só atrás da Ferrari no
Mundial, a BAR não poderia imaginar chance e cenário melhores
para sua primeira vitória.
E não é tão improvável. O GP da
China, 16ª etapa do campeonato,
acontece a partir das 3h (horário
de Brasília) de amanhã, com TV.
A definição do grid de largada
ocorreria na madrugada de hoje.
"Obviamente estou muito feliz
por ter sido o mais rápido nas
duas sessões", disse um entusiasmado Anthony Davidson, depois
dos dois treinos de ontem.
O inglês, piloto de testes da BAR
e coadjuvante ao longo da temporada, foi o mais veloz do dia, com
1min33s289, oito décimos melhor
do que o segundo colocado, Jenson Button, a estrela do time.
Não por coincidência, Davidson
foi à pista com um modelo diferente, pintado de azul e amarelo,
com o logotipo da 555, marca de
cigarros carro-chefe da BAT (British American Tobacco) na Ásia.
Não por coincidência, o carro estava com tanque vazio. Não por
coincidência, a foto estará em todos os jornais chineses. Um golpe
de marketing, enfim.
Nenhum outro time levou tão a
sério a viagem à China como a
BAR. Fundada em 1999 e financiado pela BAT, um dos maiores
grupos fabricantes de cigarro do
mundo, a equipe sabe que pode
ter alguma chance de vitória -e
talvez a última por algum tempo.
Primeiro porque o autódromo é
novo, o que nivela a competição.
Segundo porque Button está de
partida, com contrato já assinado
com a Williams para 2005.
Um triunfo daria novo impulso
ao time e seria importantíssimo
na luta com a Renault pelo segundo lugar no Mundial de Construtores. E ainda ajudaria na sobrevida da equipe, de futuro incerto
pós-2006, quando começa o veto
mundial à publicidade tabagista.
NA TV - GP da China, Globo,
ao vivo, às 3h de domingo
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