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AUTOMOBILISMO
Em oito anos como empresário, tricampeão mundial acumula sucessos com monitoramento de veículos
Piquet de gravata fatura mais que na F-1
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A empresa dele faturou R$ 121
milhões em 2001. Em 2002, deve
chegar à casa dos R$ 200 milhões.
Detém 85% do mercado nacional,
emprega 500 funcionários e, desde a sua fundação, em 1994, cresce
de 25% a 35% ao ano, em média.
Nelson Piquet às vezes esquece
que foi piloto de F-1. Aos 50 anos,
o tricampeão (81, 83 e 87) tornou-se um executivo de sucesso e quebrou uma regra: grande parte de
seus colegas, ex-campeões da categoria, é um fiasco nos negócios.
"A diferença é que eu nunca tive
uma babá, nunca tive um empresário. Sempre fiz os meus contratos e aprendi desse jeito", afirma.
Piquet ainda credita seu sucesso
a algo inusitado, o mais grave acidente de sua carreira, em 1992
-se espatifou a 350 km/h no oval
de Indianápolis, despedaçando
ossos e tendões do pé esquerdo.
"Aquela porrada foi um divisor
de águas. Com o pé danificado, vi
que não poderia pilotar nunca
mais. Daí, ou eu trabalhava muito
ou morreria pobre, sem grana."
Já ex-piloto, importou tecnologia e criou a Autotrac, empresa de
monitoramento de veículos via
satélite. Estava de olho na segurança de caminhões, num cenário
de aumento de roubo de cargas.
Deu certo. Com o dólar em alta,
Piquet acha que já ganhou mais
dinheiro nesses oito anos do que
em suas 14 temporadas na F-1.
"Se você for comparar a cotação
do dólar, ganhei mais agora, como empresário. Se bem que naquela época tinha umas molezas,
morava em Mônaco, não pagava
imposto nenhum...", afirma.
Para efeito de comparação, Rubens Barrichello, um dos melhores salários da F-1 atual, recebe
US$ 8 milhões (cerca de R$ 28 milhões) por ano da Ferrari.
Você se imagina fazendo um
cursinho de vendedor tendo Piquet como colega? Pois foi isso o
que aconteceu após o acidente.
"Quando me vi atrás de uma escrivaninha, achei muito chato e
parti para as vendas. Fiz cursos,
procurei saber contabilidade."
Fora dos negócios, tudo corre
bem, obrigado. Piquet mora numa mansão no Lago Sul, bairro
nobre de Brasília, com direito a
hípica e cachoeira. Nos finais de
semana, costuma ir de jatinho para Saint Barthelemy, no Caribe,
onde está seu iate. E, neste semestre, o tricampeão comprou um jato avaliado em US$ 19 milhões.
"É um avião que consegue cruzar o Atlântico. Quando o Nelsinho estiver correndo na Europa,
vou sair daqui sempre na sexta-feira e voltar no domingo", explica Piquet, em referência ao filho
Nelson Ângelo, 17 (leia ao lado).
Pelos planos da família, Nelson
Ângelo, ou Nelsinho, correrá na
F-3 inglesa no ano que vem. E, em
2005, estará disputando a F-1.
"Temos que tomar cuidado.
Não podemos fazer cagada."
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