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Ciranda de técnicos invade o Natal e antecipa BR-05
Em seis dias, 11 treinadores de clubes da primeira divisão perdem o cargo, número que pode aumentar para 15 até o dia 31, superando o já movimentado pós-Nacional de 2003
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ontem, em plena véspera de
Natal, o Flamengo anunciou Júlio
César Leal como o seu novo técnico para 2005. Na mesma toada, os
rebaixados Grêmio e Vitória também apresentaram os seus novos
comandantes para tentar trilhar o
caminho de retorno à primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
Enquanto o ex-zagueiro Hugo
De León assumiu o time de Porto
Alegre, em Salvador Renê Simões
batia o martelo para dirigir o rubro-negro baiano.
Seis dias depois da rodada final
do Nacional, 11 equipes da elite já
dispensaram seus treinadores.
O número pode subir para 15
até o dia 31, pois quatro equipes
ainda buscam a definição de um
comandante: Atlético-MG, Paraná, Juventude e o ascendente Fortaleza, que perdeu anteontem
Zetti para o São Caetano.
Irão se juntar a Atlético-PR, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Paysandu, São Caetano e Vitória, que não esperaram por 2005
para mudar.
No ano passado, que já registrara uma ciranda fora do comum,
foram dez trocas de treinadores
do fim do campeonato até o último dia do ano.
Uma das explicações para o
atual frenesi no banco de reservas
é a consolidação do Brasileiro de
pontos corridos, sistema que premia o planejamento e costuma
castigar o improviso.
Em alguns clubes, como Grêmio e Flamengo, a reformulação
não se restringiu somente à saída
dos técnicos Cláudio Duarte e Andrade, respectivamente.
Dirigentes remunerados também foram alvos das restruturações. No time gaúcho, Mário Sérgio foi contratado como diretor
de futebol. No Flamengo, o caminho foi inverso para o ex-ídolo Júnior, demitido do cargo. "Infelizmente, aqui [no Flamengo] tem
pessoas que são eleitas e se acham
donas do clube. Esse conservadorismo acaba sendo um retrocesso
para o clube", disse o ex-lateral.
Entre os quatro rebaixados do
Brasileiro, três trocaram de técnico: Grêmio, Criciúma (demitiu
Lori Sandri) e Vitória (mandou
embora Evaristo de Macedo). O
Guarani manteve Jair Picerni,
mas carrega um recorde negativo.
Foi a que mais mudou ao longo
do torneio: Joel Santana, Zetti, Lori Sandri, Agnaldo Liz e Picerni.
"Agora temos que aprender as
lições deste momento difícil", disse Picerni, que já passou uma lista
de reforços para a diretoria visando a Série B do Brasileiro.
Entre os times que terminaram
o torneio no bloco intermediário,
como Fluminense e Cruzeiro, o
processo de substituição também
veio rápido. A equipe das Laranjeiras resgatou Abel Braga para o
lugar de Alexandre Gama, enquanto o time mineiro demitiu
Ney Franco para apostar no técnico vice-campeão: Levir Culpi.
O Figueirense, que surgiu como
sensação ao figurar por algumas
rodadas no topo da tabela, também apostou na mudança, e deu o
bilhete azul para Dorival Júnior.
Agora, a meta é buscar um recomeço com Paulo Comelli.
Já o Paysandu vai investir mesmo em Agnaldo de Jesus para começar 2005 na briga pelo título
Estadual deste ano no Pará.
Primeiro técnico a fazer as malas após o fim da competição, Celso Roth deixou o Goiás e agora é
alvo de times do exterior. Ele considera que o ritmo intenso de troca de treinadores acaba sendo
normal por ser fim de temporada.
"Antes da última rodada já havia falado com a diretoria que estava saindo. Acho que fiz um trabalho bom no Goiás e tenho certeza de que a equipe poderia ter
ido bem mais longe", afirmou o
treinador, que foi substituído por
Péricles Chamusca.
Colaborou Fábio Tura, do Datafolha
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