São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia e FPF trocam acusações
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC

A Secretaria Municipal de Esportes e a Federação Paulista de Futebol responsabilizaram a Polícia Militar pelos conflitos de ontem no Pacaembu.
De acordo com a FPF, a decisão de vender ingressos na saída dos metrôs da Barra Funda e das Clínicas e não no estádio foi tomada unilateralmente pela PM.
""A federação apenas acatou a decisão. É a PM que cuida da segurança e foi dela a opção pela venda (das entradas) nos metrôs", afirmou Reinaldo Carneiro Bastos, presidente em exercício da FPF -Eduardo José Farah está licenciado por 15 dias.
A versão da Secretaria de Esportes é a mesma -pelo menos no tocante à venda dos bilhetes na Barra Funda e nas Clínicas.
Segundo sua assessoria de imprensa, a secretaria não teria como opinar sobre os melhores locais para vender os ingressos, muito menos sobre a maneira ideal de manter a segurança do local. A responsabilidade, portanto, teria sido da PM.
Mas num ponto a FPF e a secretaria divergem. A primeira diz que a polícia comunicou primeiro a secretaria, depois a federação -a entidade só teria tomado conhecimento dos locais de distribuição das entradas anteontem à noite. A secretaria, porém, diz que só ficou sabendo como seria o procedimento ontem cedo.
Para a FPF, a PM priorizou a Secretaria de Esportes porque esta última ajudou a organizar a final, que deveria contar com a presença da prefeita Marta Suplicy, entregando o troféu ao vencedor.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar deu outra versão. Explicou que a decisão de vender ingressos na saída dos metrôs obedece a procedimento da própria Federação Paulista de Futebol. Ela lembrou que, no campeonato estadual, kombis da FPF vendem bilhetes nos arredores do estádio. Disse ainda que, até as 12h de ontem, havia ingressos no Pacaembu -só depois disso as bilheterias teriam sido fechadas.
Mas o maior argumento da PM para se defender das acusações e responsabilizar a FPF é o de que a federação, avisada, segundo ela, anteontem pela manhã, ficou de informar ao público os locais de venda. Como a FPF não o teria feito, a imprensa e os torcedores só tomaram conhecimento de que no Pacaembu as bilheterias estariam fechadas na hora do jogo.
Segundo a PM, a divulgação do torneio está sendo feita pela FPF. Exatamente por isso, a corporação diz que cabia a ela ter avisado o torcedor sobre os locais em que ele poderia adquirir os bilhetes.
A competição deste ano foi patrocinada pela Eletropaulo, que irá bancar as duas próximas. A empresa paga R$ 700 mil por ano para dar seu nome à competição.
Como o contrato foi assinado com a FPF, teria ficado decidido entre as duas partes que a federação iria divulgar o torneio, como de fato vinha fazendo até a véspera da final.
Uma outra reclamação da PM diz respeito ao fato de ter sido cobrado ingresso para a final. Como todos os jogos têm entrada livre -não há cobrança de ingresso- , muitos que foram ontem ao Pacaembu achavam que poderiam ver a partida de graça.
Nas próximas edições, a PM alerta que a federação deve deixar mais claro ao torcedor que ele terá de pagar para ver a final e, principalmente, os locais onde poderá comprar os bilhetes.


Texto Anterior: Prefeita desiste de ver a partida no Pacaembu
Próximo Texto: Torneio tem histórico de violência
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.