São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 2001

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Torneio tem histórico de violência

DA REPORTAGEM LOCAL

Na última década, a Copa São Paulo, antes programa de criança nas férias de verão, foi marcada por incidentes violentos.
Na edição de 1992, o corintiano Rodrigo Gasperi, de 13 anos, morreu depois de ter sido atingido por uma bomba de fabricação caseira na semifinal do torneio entre São Paulo e Corinthians, no estádio do Nacional, na capital.
Apesar do interesse que a partida despertou, a organização marcou o confronto para um estádio pequeno, que ficou superlotado.
Na época, a polícia chegou a prender um suspeito, conhecido como "Gordo do ABC", membro de uma torcida do São Paulo.
Sem provas, entretanto, ele acabou solto pela polícia, que não conseguiu encontrar depois um culpado pela morte de Gasperi.
Em 1993, depois da derrota para o São Paulo na final da Copa, torcedores do Corinthians, que eram imensa maioria no estádio, destruíram lojas e bens públicos nos arredores do Pacaembu.
Com esses dois casos, a organização, que já esteve nas mãos da Prefeitura de São Paulo e da Federação Paulista de Futebol, resolveu mudar a competição.
Com exceção da finalíssima, os jogos das equipes "grandes" passaram a ser disputados em cidades da região metropolitana ou no interior do Estado.
Além disso, as partidas decisivas deixaram de ser gratuitas, o que, segundo a polícia, tornaria a segurança mais eficaz.
Em uma outra competição de juniores, a Supercopa, outra tragédia mudou ainda mais os rumos do futebol paulista.
Em 1995, numa partida entre Palmeiras e São Paulo, torcedores dos dois times invadiram o gramado e, com paus e pedras, travaram uma verdadeira batalha, que acabou com a morte do são-paulino Márcio Gasparin.
Três anos depois, o palmeirense Adalberto Benedito dos Santos, identificado como o principal agressor do são-paulino, foi condenado a 12 anos de cadeia pela morte de Gasparin.
Depois desse jogo, o Ministério Público conseguiu acabar na Justiça com as principais torcidas organizadas dos dois times -a palmeirense Mancha Verde e a são-paulina Independente, que foram banidas dos estádios.


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