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FUTEBOL
Atletas rechaçam rótulo de favoritos do Paulista e apontam revés no Brasileiro como lição; presidente quer título
Escolado, São Paulo estréia "humilde"
MARÍLIA RUIZ
ENVIADA ESPECIAL A MONTE SIÃO
O melhor time do campeonato
não é o São Paulo, que hoje estréia
em Jundiaí, às 11h, contra o Paulista. Opinião que só não é compartilhada no clube pelo presidente Marcelo Portugal Gouvêa.
O time das tabelinhas rápidas,
dos dois toques, do ataque dos recordes, de Kaká, Reinaldo e Luis
Fabiano, quer saber mais de jogar
do que de brilhar neste Estadual.
Às vésperas da estréia, em Monte Sião (MG), onde a equipe treinou durante a semana, os jogadores se irritaram com a "pressão"
exercida pela diretoria, declararam admirar os adversários, inclusive os do interior do Estado, e
uniformizaram o discurso: "O
São Paulo não é melhor do que
nenhum outro time".
A ilusão do título certo em 2002
mudou a cabeça dos jogadores,
que, decepcionados com a eliminação precoce da equipe nas
quartas-de-final do Brasileiro,
querem esquecer a euforia que tomou conta do time durante a fase
de classificação do Nacional.
Adriano, substituto hoje de Kaká, que ainda não se reintegrou à
equipe depois da disputa do Torneio do Qatar, afirmou que o time
se abalou com a inesperada derrota para o Santos no Brasileiro e
que "agora tudo será diferente".
"O futebol é engraçado. Depois
de tantas vitórias perdemos para
o Santos. A gente nunca imaginou
que pudesse perder na Vila. Agora a postura é outra", disse o meia.
O atacante Luis Fabiano, que fará dupla com o novato Kléber,
também quis se afastar da obrigação de ser o melhor de sua posição
no torneio -ele foi o artilheiro do
Brasileiro, ao lado de Rodrigo Fabri, do Grêmio, com 19 gols.
"Não somos favoritos. Isso se
mostra em campo. Não vamos
nos deixar levar pela euforia dos
outros, da torcida. A euforia nos
atrapalhou no ano passado", disse o atacante, que desta vez não
fez, como no ano passado, aposta
com seu procurador, José Fuentes, sobre quantos gols marcará.
A cautela dos companheiros foi
repetida por Ricardinho, um dos
líderes do time. "Entre muitas coisas que aprendemos no último
Brasileiro está o problema da euforia. Temos que trabalhar para,
desta vez, conseguir manter a regularidade", afirmou o meia.
O técnico Oswaldo de Oliveira
foi o mais enfático na negativa do
favoritismo de seus comandados.
"Outra vez essa história [de o
São Paulo ser melhor que seus adversários]? Não dá para indicar
favoritos antes de a competição
começar", disparou o treinador.
Mas, para melhorar aquele time
que venceu dez jogos seguidos no
Brasileiro do ano passado, o presidente do clube contratou dois
jogadores: os laterais Leonardo e
Fabiano -este último, segundo
Gouvêa, um dos melhores da sua
posição no Brasil.
"Todo mundo concorda que o
São Paulo foi o melhor time de
2002. Só faltou o título. Temos o
melhor elenco do Brasil. Ficaria
muito chateado caso a equipe não
fosse campeã em 2003", disse o
dirigente, que anunciou que irá
decidir pela prorrogação ou não
do contrato de Oswaldo de Oliveira no meio do ano, quando já
serão conhecidos o campeão do
Paulista e o da Copa do Brasil.
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