UOL


São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Atletas rechaçam rótulo de favoritos do Paulista e apontam revés no Brasileiro como lição; presidente quer título

Escolado, São Paulo estréia "humilde"

MARÍLIA RUIZ
ENVIADA ESPECIAL A MONTE SIÃO

O melhor time do campeonato não é o São Paulo, que hoje estréia em Jundiaí, às 11h, contra o Paulista. Opinião que só não é compartilhada no clube pelo presidente Marcelo Portugal Gouvêa.
O time das tabelinhas rápidas, dos dois toques, do ataque dos recordes, de Kaká, Reinaldo e Luis Fabiano, quer saber mais de jogar do que de brilhar neste Estadual.
Às vésperas da estréia, em Monte Sião (MG), onde a equipe treinou durante a semana, os jogadores se irritaram com a "pressão" exercida pela diretoria, declararam admirar os adversários, inclusive os do interior do Estado, e uniformizaram o discurso: "O São Paulo não é melhor do que nenhum outro time".
A ilusão do título certo em 2002 mudou a cabeça dos jogadores, que, decepcionados com a eliminação precoce da equipe nas quartas-de-final do Brasileiro, querem esquecer a euforia que tomou conta do time durante a fase de classificação do Nacional.
Adriano, substituto hoje de Kaká, que ainda não se reintegrou à equipe depois da disputa do Torneio do Qatar, afirmou que o time se abalou com a inesperada derrota para o Santos no Brasileiro e que "agora tudo será diferente".
"O futebol é engraçado. Depois de tantas vitórias perdemos para o Santos. A gente nunca imaginou que pudesse perder na Vila. Agora a postura é outra", disse o meia.
O atacante Luis Fabiano, que fará dupla com o novato Kléber, também quis se afastar da obrigação de ser o melhor de sua posição no torneio -ele foi o artilheiro do Brasileiro, ao lado de Rodrigo Fabri, do Grêmio, com 19 gols.
"Não somos favoritos. Isso se mostra em campo. Não vamos nos deixar levar pela euforia dos outros, da torcida. A euforia nos atrapalhou no ano passado", disse o atacante, que desta vez não fez, como no ano passado, aposta com seu procurador, José Fuentes, sobre quantos gols marcará.
A cautela dos companheiros foi repetida por Ricardinho, um dos líderes do time. "Entre muitas coisas que aprendemos no último Brasileiro está o problema da euforia. Temos que trabalhar para, desta vez, conseguir manter a regularidade", afirmou o meia.
O técnico Oswaldo de Oliveira foi o mais enfático na negativa do favoritismo de seus comandados.
"Outra vez essa história [de o São Paulo ser melhor que seus adversários]? Não dá para indicar favoritos antes de a competição começar", disparou o treinador.
Mas, para melhorar aquele time que venceu dez jogos seguidos no Brasileiro do ano passado, o presidente do clube contratou dois jogadores: os laterais Leonardo e Fabiano -este último, segundo Gouvêa, um dos melhores da sua posição no Brasil.
"Todo mundo concorda que o São Paulo foi o melhor time de 2002. Só faltou o título. Temos o melhor elenco do Brasil. Ficaria muito chateado caso a equipe não fosse campeã em 2003", disse o dirigente, que anunciou que irá decidir pela prorrogação ou não do contrato de Oswaldo de Oliveira no meio do ano, quando já serão conhecidos o campeão do Paulista e o da Copa do Brasil.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Equipe volta a torneio onde se mantém em alta
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.