São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2001

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FUTEBOL

Técnico pressiona clube a fazer parceiro contratar ou admitir "falência"

Luxemburgo reabre crise entre Corinthians e HMTF

MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ultimato acerca da contratação de reforços dado pelo técnico Wanderley Luxemburgo ao HMTF, parceiro do Corinthians, após a partida de anteontem, contra o São Caetano, reabriu a crise entre o clube e o fundo de investimentos norte-americano.
O treinador fez críticas à empresa, que administra financeiramente o futebol corintiano desde 28 abril de 1999, exigindo uma definição imediata sobre o caso do volante Rincón.
""Se eles não forem fazer mais nenhum investimento neste semestre porque o caixa estourou, precisam avisar para que eu possa planejar o trabalho. O Corinthians precisa trabalhar. Eles não podem ficar protelando", afirmou Luxemburgo.
""Ou o HMTF assume que não tem dinheiro ou acerta a situação de uma vez por todas. Não vou esperar mais", completou, fazendo o gerente de futebol do clube, Edvar Simões, mobilizar a diretoria em pleno domingo de Carnaval.
Pressionado, o parceiro se viu obrigado a ceder em relação aos valores pedidos por Rincón. E o colombiano, segundo o seu empresário, Renato Caio, deve assinar contrato na quarta-feira.
Além de indicar Rincón, Luxemburgo, que despreza os quatro reforços contratados este ano -só Otacílio jogou anteontem, por falta de opção-, exige mais um lateral-direito e um atacante.
A primeira crise entre Corinthians e HMTF começou no ano passado, com o anúncio do corte do orçamento deste ano, levando o presidente do clube, Alberto Dualib, a nomear Antonio Roque Citadini para a vice-presidência de futebol, com a missão de retomar o controle do departamento.
Com a chegada de Citadini, os representantes do HMTF que davam expediente no clube foram distanciados, passando a atuar em um escritório da empresa.
Coube ao vice de futebol, nesse período, tentar contornar a crise para ""salvar" a parceria -como o próprio dirigente declarou à Folha pouco depois de assumir.
O HMTF, porém, que ao assinar a parceria passou a administrar as receitas e as despesas do time, repassando 15% dos lucros ao clube, vinha se mantendo irredutível quanto à questão financeira.
No início da parceria, o Corinthians chegou ao maior número de títulos de sua história em um ano. Foi campeão paulista e brasileiro (repetindo o feito no Nacional do 1998), além de conquistar o Mundial de Clubes da Fifa.
Depois disso, no entanto, o HMTF se desfez de algumas das principais estrelas do clube sem repor à altura. A venda de Vampeta e Edílson, por exemplo, renderam US$ 22,5 milhões, mas só cerca de metade disso retornou em investimentos em atletas.
A alegação do parceiro foi o prejuízo mensal de R$ 1 milhão em 2000, mesmo motivo que levou ao corte de orçamento e à redução da folha de pagamento em R$ 650 mil -antes, era de R$ 2 milhões.


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