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FUTEBOL
Técnico pressiona clube a fazer parceiro contratar ou admitir "falência"
Luxemburgo reabre crise
entre Corinthians e HMTF
MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ultimato acerca da contratação de reforços dado pelo técnico
Wanderley Luxemburgo ao
HMTF, parceiro do Corinthians,
após a partida de anteontem, contra o São Caetano, reabriu a crise
entre o clube e o fundo de investimentos norte-americano.
O treinador fez críticas à empresa, que administra financeiramente o futebol corintiano desde
28 abril de 1999, exigindo uma definição imediata sobre o caso do
volante Rincón.
""Se eles não forem fazer mais
nenhum investimento neste semestre porque o caixa estourou,
precisam avisar para que eu possa
planejar o trabalho. O Corinthians precisa trabalhar. Eles não
podem ficar protelando", afirmou Luxemburgo.
""Ou o HMTF assume que não
tem dinheiro ou acerta a situação
de uma vez por todas. Não vou esperar mais", completou, fazendo
o gerente de futebol do clube, Edvar Simões, mobilizar a diretoria
em pleno domingo de Carnaval.
Pressionado, o parceiro se viu
obrigado a ceder em relação aos
valores pedidos por Rincón. E o
colombiano, segundo o seu empresário, Renato Caio, deve assinar contrato na quarta-feira.
Além de indicar Rincón, Luxemburgo, que despreza os quatro reforços contratados este ano
-só Otacílio jogou anteontem,
por falta de opção-, exige mais
um lateral-direito e um atacante.
A primeira crise entre Corinthians e HMTF começou no ano
passado, com o anúncio do corte
do orçamento deste ano, levando
o presidente do clube, Alberto
Dualib, a nomear Antonio Roque
Citadini para a vice-presidência
de futebol, com a missão de retomar o controle do departamento.
Com a chegada de Citadini, os
representantes do HMTF que davam expediente no clube foram
distanciados, passando a atuar
em um escritório da empresa.
Coube ao vice de futebol, nesse
período, tentar contornar a crise
para ""salvar" a parceria -como o
próprio dirigente declarou à Folha pouco depois de assumir.
O HMTF, porém, que ao assinar
a parceria passou a administrar as
receitas e as despesas do time, repassando 15% dos lucros ao clube, vinha se mantendo irredutível
quanto à questão financeira.
No início da parceria, o Corinthians chegou ao maior número
de títulos de sua história em um
ano. Foi campeão paulista e brasileiro (repetindo o feito no Nacional do 1998), além de conquistar o
Mundial de Clubes da Fifa.
Depois disso, no entanto, o
HMTF se desfez de algumas das
principais estrelas do clube sem
repor à altura. A venda de Vampeta e Edílson, por exemplo, renderam US$ 22,5 milhões, mas só
cerca de metade disso retornou
em investimentos em atletas.
A alegação do parceiro foi o prejuízo mensal de R$ 1 milhão em
2000, mesmo motivo que levou ao
corte de orçamento e à redução da
folha de pagamento em R$ 650
mil -antes, era de R$ 2 milhões.
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