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Diretoria já sente pressão pelo título
DA REPORTAGEM LOCAL
A diretoria do São Paulo teme
que a pressão de sua torcida pela
conquista da Taça Libertadores
atrapalhe o desempenho de seus
atletas na competição.
Nos últimos dias, o assédio de
torcedores aos jogadores, à comissão técnica e até à diretoria cobrando o título do torneio continental se intensificou e virou motivo de preocupação no clube.
"Eu mesmo estava chegando ao
Morumbi outro dia e fui abordado por torcedores que disseram:
"Você tem que trazer a Libertadores para a gente'", declarou o diretor de futebol são-paulino, Juvenal Juvêncio.
Segundo ele, os profissionais de
futebol do clube não podem entrar nesse clima de obsessão. Juvêncio citou a eliminação do Corinthians do torneio em 2003 como exemplo. "Nós não podemos
absorver essa euforia, entrar nessa ansiedade do torcedor, para
evitarmos uma corintianização."
O Corinthians jogou a Libertadores do ano passado pressionado por nunca ter ganho o título e
acabou eliminado precocemente.
O técnico Cuca tem dito a seus
comandados que a presença do
torcedor precisa ser encarada como um aspecto favorável ao time.
"A presença do torcedor, sem
dúvida, será um diferencial a nosso favor. É uma competição que o
clube não disputa faz dez anos.
Não podemos perder a alegria de
jogar", afirmou o técnico. "Tento
passar aos jogadores que se tiver
50 mil pessoas no estádio é por
causa deles. A Libertadores é uma
obsessão para o torcedor e para
nós também. Apenas temos de
conter a ansiedade."
O goleiro Rogério, reserva nas
Libertadores de 1993 e 1994,
quando time foi à final, disse que
cada jogo de Libertadores é uma
decisão. "Existem competições
em que todos os jogos são finais.
A Libertadores é uma delas. Não é
exagero esse clima criado. Em
1994 era menor a expectativa do
que agora", afirmou o goleiro.
Para a partida de hoje, Cuca,
que confirmou a presença de Fábio Santos no meio-campo e a
permanência de Gustavo Nery na
lateral esquerda, pediu comprometimento a seus atletas. "O principal fator que diferencia os estrangeiros é a entrega dos adversários na competição", explicou o
treinador.
(EDUARDO ARRUDA)
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