São Paulo, segunda-feira, 26 de março de 2001

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TÊNIS

Adversário de hoje em Miami jogou duas vezes mais no piso duro em 2001

Guga começa a enfrentar ases em quadras rápidas

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MIAMI

Gustavo Kuerten inicia hoje, contra o sueco Thomas Johansson, seu desafio mais duro para continuar na liderança do ranking de entradas da ATP.
No Masters Series de Miami, onde defende o vice-campeonato do ano passado, ele precisa de três vitórias e chegar, pelo menos, às semifinais para continuar na frente do russo Marat Safin.
Nessa empreitada, começando pelo jogo de hoje, que não teve seu horário definido pela organização do torneio até o fechamento desta edição, irá enfrentar tenistas que, na maioria esmagadora dos casos, realizaram o dobro ou o triplo de partidas no ano em quadras rápidas, como as que são utilizadas no Torneio de Miami.
O brasileiro disputa contra Johansson, a quem nunca enfrentou, sua sétima partida nesse tipo de superfície na temporada -foram três vitórias e o mesmo número de derrotas.
Seus adversários, principalmente os mais prováveis, têm portfólios em quadras rápidas muito mais recheados na atual temporada.
Johansson, por exemplo, já participou de 18 jogos no piso, o preferido dos torneios norte-americanas. Nessas ocasiões, venceu 11, contra rivais como Marat Safin e Ievguêni Kafelnikov.
"Preciso ficar tranquilo com os aces que ele vai me dar", disse o brasileiro sobre uma das chaves para uma vitória contra o sueco, que conquistou todos os seus títulos em quadras rápidas.
Passando por Johansson, Kuerten, que tem um baixo número de jogos nas quadras rápidas por ter optado pela temporada de saibro latino-americana, terá como rival um jogador com título conquistado e excelente aproveitamento em quadras rápidas na temporada 2001.
O australiano Mark Philippoussis, campeão em Memphis, venceu 78% dos jogos disputados na sua superfície preferida.
O suíço Roger Federer, seu adversário no confronto que irá definir o próximo rival de Kuerten, tem a mais larga experiência em 2001 em quadras rápidas dessa chave em Miami -disputou 19 jogos, obteve 14 vitórias e sofreu apenas cinco derrotas.
Nas quartas-de-final, o último passo antes da manutenção do primeiro lugar no ranking, o mais provável adversário de Kuerten seria Patrick Rafter, que já tem 16 partidas em piso rápido, com o ótimo aproveitamento de 75%.
"Os adversários são correspondentes ao nível do torneio, que é muito alto", disse Kuerten após bater, na sua estréia, anteontem, o marroquino Hicham Arazi por 2 sets a 1 (6/1, 6/7 e 6/4).
Apesar da pressão para continuar como o melhor do mundo, tema constante para a mídia norte-americana em Miami quando o assunto é ele, o brasileiro prefere falar pouco.
"Para mim é indiferente ser número um, dois, três ou quatro. Não é isso que me vai fazer mais feliz", afirmou o único sul-americano que já terminou uma temporada no topo do ranking de entradas, que existe desde 1973.
Se na chave de Kuerten, que ainda tem o líder da Corrida dos Campeões, Andre Agassi, a dificuldade é enorme, a outra metade do Masters Series de Miami perdeu mais dois favoritos.
Depois de Marat Safin, eliminado logo na estréia por Juan Barcells, ontem o russo Ievguêni Kafelnikov caiu diante do argentino Gaston Gaudio, em 2 sets a 0, com parciais de 6/4 e 6/1.
Depois, em mais um passo da sua decadência, Pete Sampras foi eliminado por Andy Roddick, a grande revelação norte-americana por 2 sets a 0 (7/6 e 6/3), que agora enfrenta o romeno Andrei Pavel na próxima fase.

NA TV - Kuerten x Johansson, horário a definir, na Sportv



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