EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O jovem talento peso-pesado mais promissor já bateu em Muhammad Ali. E o legendário ex-tricampeão mundial dos pesos-pesados nem sequer chegou a esboçar uma reação.
É que a mãe de Dominick Guinn trabalhou como figurante no filme autobiográfico de Ali, estrelado por ele mesmo nos anos 70. Como não tinha com quem deixá-lo, a mãe de Guinn costumava levá-lo ao set de filmagens.
Quando Quinn, que atualmente está com 28 anos, viu o campeão dos pesos-pesados, passou a imitá-lo, desferindo socos... que alcançavam apenas seus joelhos.
Dentro do ringue, Guinn registrou a vitória mais importante dentre as outras promessas, quando bateu o gigante Michael Grant, que chegou a ser chamado de sucessor de Lennox Lewis (até que o britânico o aniquilasse facilmente em dois assaltos).
O problema é que apenas por sua performance com Grant não deu para perceber com precisão se Guinn foi muito bem naquela luta ou se Grant é que estava muito mal. Afinal, Grant já havia sofrido uma série de derrotas embaraçosas após a derrota para Lewis.
Guinn terá uma nova oportunidade para provar que realmente é o melhor peso-pesado emergente. Ele pega amanhã Monte Barrett, que em certa época chegou a ser considerado também uma promessa, mas já está desgastado.
Uma vitória amanhã o colocaria à frente de "Baby" Joe Mesi, a última "Grande Esperança Branca", que foi desmascarado depois de seus dois últimos combates.
Primeiro, derrotou por decisão polêmica Barrett após sofrer duas quedas. Posteriormente, há duas semanas, Mesi foi à lona três vezes contra o ex-campeão dos cruzadores Vassilyi Jirov, sobreviveu e venceu por pontos, mas não ganhou fãs durante o processo.
De nada adiantou o apoio oficial da família do ex-campeão dos pesados Rocky Marciano. Alguns chegaram a ironizar o apoio. Ao reparar em como a cara de Mesi ficou depois de seus últimos combates, questionaram: "Mesi lembra o Rocky Marciano ou do estado de suas vítimas depois de Rocky tê-las espancado?"'
Caso prossiga assim, não conseguirá estender a base de apoio para fora de Buffalo, sua cidade natal. Se é que ela não vai diminuir.
Outro que tenta seduzir as multidões é o grandalhão Audley Harrison, ouro na Olimpíada de Sydney-2000. Ainda não deu para perceber muita coisa dele -a sua oposição tem sido medíocre.
Os pesados costumam atingir a maturidade mais tarde, mas de qualquer forma Harrison precisa dar uma acelerada, pois "A Force" já está com os seus 32 anos.
É nas mãos desses grandalhões que está o futuro da categoria.
Afinal, Chris Byrd, Roy Jones Jr. e James Toney não têm tamanho e por isso mesmo não são brutais pegadores. David Tua, John Ruiz, Fres Oquendo, Hasim Rahman e Corrie Sanders são veteranos que desperdiçaram suas chances.
E os irmãos ucranianos Vitali e Wladimir Klitschko compartilham um estilo mecânico, perderam para quem não deviam e ainda por cima são considerados pelo público americano (que paga a conta) "muito europeus".

Brasil 1
Popó estuda quatro rivais para o próximo combate: o leve Juan Diaz; o campeão meio-médio-ligeiro da IBA, Alex Trujillo; Javier Jauregui, campeão da FIB em quem o brasileiro bateu em 2000, e Diego Corrales, campeão superpena da OMB, que teria de subir de peso.

Brasil 2
A final da 62ª edição da tradicional Forja de Campeões acontece na terça, a partir das 19h15, no Baby Barione (SP). A entrada é franca.

Brasil 3
Com transmissão ao vivo da BandSports, serão disputadas hoje as finais da segunda Copa Ralph Zumbano, no ginásio do Morumbi (entrada pelo portão 13, pela rua Erasmo Teixeira de Assunção), às 20h.

E-mail eohata@folhasp.com.br


Texto Anterior: Perfil: Jogador é um dos mais velozes do mundo, diz clube
Próximo Texto: Futebol - Mário Magalhães: Quarenta anos de um gol contra
Índice