São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2001

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BRASIL 1 X 1 PERU

Seleção conseguiu piorar

Revolução nacionalista e corintiana de Leão fracassa, tira de novo Morumbi do sério e derruba Brasil para o 4º posto nas eliminatórias

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Observado pelo novato Leomar, o zagueiro Lúcio se esforça para afastar cruzamento peruano em lance do empate de ontem à noite
FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção seguiu quase à risca o roteiro das eliminatórias ontem à noite no estádio do Morumbi: futebol medíocre, time sem tática, pressão de um adversário sem tradição, torcida pedindo a cabeça do técnico, chuva de bandeiras e Romário como consolo.
Mas, ao empatar com o Peru em 1 a 1, a seleção brasileira conseguiu algo que parecia impossível: piorar ainda mais numa competição em que vem obtendo um desempenho fraquíssimo.
Com o resultado de ontem, a equipe comandada por Emerson Leão, que em seu jogo anterior sofrera uma histórica derrota para o Equador, caiu para o quarto lugar nas eliminatórias da Copa-2002 e voltou a ter ameaçada sua classificação para o Mundial da Coréia do Sul e do Japão.
À frente do Brasil estão a líder isolada Argentina, o Paraguai e o Equador.
As quatro primeiras seleções da chave sul-americana das eliminatórias têm vaga na Copa, enquanto a quinta colocada terá de disputar uma repescagem contra um representante da Oceania.
Escaldada, a torcida que foi ontem ao Morumbi chamou Leão de burro e pediu a saída do treinador, que, no entanto, ainda conta com o apoio do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Leão convocou para o jogo contra o Peru uma seleção totalmente renovada, com jogadores que jamais haviam atuado pelo time nacional, deixando de fora astros como Rivaldo, Roberto Carlos e Cafu, que atuam no exterior.
Ontem, o técnico viu seus novatos apáticos em campo, e por pouco o Brasil não foi derrotado pelo Peru, somente o sétimo colocado nas eliminatórias.
Além de não ter êxito em sua reformulação, Leão deixou de fora do banco de reservas ontem dois dos convocados com maior capacidade de fazer gols: o flamenguista Edílson, artilheiro do Estadual do Rio, e o são-paulino França.
Embora apagado na maior parte do jogo, Romário teve um dos poucos lampejos de bom futebol da seleção, ao marcar um belo gol após passe de Vampeta, em sua estréia com a camisa da seleção no Morumbi. O atacante do Vasco segue como artilheiro nas eliminatórias, agora com 8 gols.
Com Wanderley Luxemburgo no comando, a seleção conseguiu nas eliminatórias derrotas vexaminosas diante do Chile (0 a 3) e do Paraguai (1 a 2). Com Leão, sofreu o primeiro revés da história para o Equador e ontem fez uma das piores partidas dos últimos anos. É difícil prever o que de pior pode vir pela frente.


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