São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2001

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FUTEBOL

Contra o Peru, time tem ataque pífio, marca dos jogos com o treinador

Com Leão, seleção sofre para achar caminho do gol

DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira mostrou ontem que, sob o comando de Emerson Leão, atacar virou um grande problema para o time.
No empate contra o Peru, no Morumbi, em 1 a 1, o time reduziu ainda mais sua produção ofensiva desde que o treinador assumiu a equipe, no final do ano passado.
Em cinco jogos com o ex-goleiro no banco, o Brasil, que na próxima rodada, no dia 1º de julho, fora de casa, enfrenta o Uruguai, marcou apenas sete gols, média de apenas 1,40 por encontro.
Esse número faz feio até quando comparado com os tempos de Wanderley Luxemburgo, quando a seleção teve alguns dos momentos mais tristes da sua história.
Com o técnico que fracassou na Olimpíada e perdeu para Paraguai e Chile, o time nacional marcou, em média, 2,67 gols por jogo.
Mais do que a artilharia, o que mais preocupa na seleção de Leão, que anotou apenas dois gols em três partidas pelas eliminatórias sul-americanas, é o baixo número de chances criadas.
Ontem, a seleção passou a meia hora inicial do jogo sem conseguir uma finalização sequer contra o Peru, que nas últimas duas partidas das eliminatórias sul-americanas havia levado seis gols.
Somente aos 30min, em uma cobrança de falta de Marcelinho -que só levou perigo pela insegurança do goleiro Miranda-, o Brasil ameaçou.
Depois, ainda criou outras três chances, mas viu o Peru ficar com a bola em boa parte do tempo, principalmente com os deslocamentos de seus meias.
Com Leão, segundo o Datafolha, o Brasil tem média de 13 finalizações por partida nas eliminatórias, contra 15,3 dos tempos de Wanderley Luxemburgo.
No segundo tempo, com a entrada de Juninho no lugar de Marcelinho, o Brasil teve uma performance mais próxima, mais ainda distante, da realidade de um país que já ganhou quatro Copas.
Com seu estilo característico, conduzindo a bola do meio-campo até a entrada da área, o vascaíno municiava Romário e Ewerthon, o brasileiro que mais se movimentava em campo.
A suave melhora ofensiva, entretanto, deixou a defesa desprotegida, e o Peru, terceiro pior ataque do qualificatório para o Mundial de 2002, começou a ameaçar o gol de Rogério.
A empolgação peruana, porém, acabou com o primeiro gol do jogo, aos 21min, quando Vampeta lançou Romário, que se livrou do goleiro para marcar.
A vantagem não trouxe tranquilidade aos brasileiros, que cometiam seguidos erros na defesa -e só não tinham consequências maiores pelos erros de finalizações dos peruanos.
Com 15 minutos para o final da partida, Leão reforçou a marcação, com a entrada do volante Mineiro no lugar de Ricardinho, e desagradou a torcida, que chamou o treinador de burro.
A opção retranqueira de Leão custou caro. Aos 33min, depois de um cruzamento, o zagueiro Pajuelo marcou o gol de empate.
Com o resultado, Leão teve novamente que mudar o time para torná-lo mais ofensivo.
Com o atacante Washington no lugar de Vampeta, o Brasil pressionou, não marcou e ainda deixou espaços para os contra-ataques peruanos. Nos minutos finais, o Brasil não teve categoria para furar o bloqueio na área do Peru, que ainda perdeu duas chances de fazer o gol da vitória.


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