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AUTOMOBILISMO
Alemão repete pódio do GP de 1994 e consegue em San Marino a quarta vitória em quatro corridas no ano
Schumacher tem seu melhor início na F-1
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A IMOLA
Dez anos depois, outra atmosfera, quebra de marcas significativas, o mesmo piloto vencedor.
Michael Schumacher ganhou o
GP de San Marino, ontem, um dia
de homenagens a Ayrton Senna,
morto no mesmo circuito de Imola, em 1994. Foi a quarta vitória do
ferrarista em quatro etapas do
Mundial o que faz de 2004 o melhor início de temporada de sua
carreira -ele soma, ainda, três
poles e três melhores voltas.
Em 1994 e 2002, o alemão também venceu as quatro primeiras
corridas. Da primeira vez, porém,
obteve apenas uma pole e três melhores voltas. Dois anos atrás, só
duas poles e mais nada.
O segundo foi Jenson Button, da
BAR. Nem o inglês nem a equipe
haviam chegado tão longe na F-1.
Juan Pablo Montoya, da Williams, completou o pódio.
Um pódio festivo, muito diferente daquele de 94, contrito, silencioso, triste, com o mesmo
Schumacher no degrau mais alto.
"Todos as vezes que venho aqui
me lembro do Roland [Ratzenberger, morto um dia antes de
Senna] e do Ayrton", declarou o
hexacampeão. "Mas a corrida de
hoje [ontem] foi a realização de
um sonho. É maravilhoso se despedir de Imola com uma vitória."
Em 2005, a corrida deve deixar a
F-1 para a entrada da Turquia.
Foi a sexta vitória do piloto da
Ferrari em Imola, igualando o recorde de triunfos de um piloto em
um mesmo circuito -dele mesmo (Bélgica, Canadá e França) e
de Senna (em Mônaco).
Apesar da mesmice no resultado, a prova foi movimentada.
A começar pela largada. Na pole, Button disparou e segurou a
ponta. Segundo no grid, Schumacher enfrentou ataque pesado de
Montoya na primeira volta.
Na curva Tosa, um trecho lento,
feito em segunda marcha, o colombiano tentou a ultrapassagem
por fora. O ferrarista resistiu, eles
se tocaram e Montoya foi para a
grama. De volta à pista, foi a vez
de ele se vingar da família e mandar o outro Schumacher, o companheiro Ralf, para fora.
Com o caminho limpo, o alemão partiu então para o ataque a
Button. Volta a volta, começou a
descontar a vantagem do inglês,
que chegou a 2s771 ao fim da primeira volta. Na quinta, já havia
caído a 0s9. Na sétima, para 0s7.
A tática do alemão, um clássico
de seus tempos de Benetton, era
se aproximar o máximo possível e
depois voar na pista entre o pit
stop do rival e o seu. Deu certo.
Button entrou nos boxes na nona volta. Na décima, Schumacher
cravou a melhor volta do GP, em
ritmo de treino -o tempo foi melhor que o de Rubens Barrichello
na sessão classificatória e lhe daria
o quarto lugar no grid.
Ele repetiu a dose na 11ª e entrou
nos boxes. Retornou para a pista
5s020 à frente de Button.
"Foi uma tarde difícil, trabalhosa. O Jenson estava muito rápido
no começo. Depois, não sei o que
ocorreu, mas ele perdeu ritmo e
eu continuei forte", disse.
No segundo pelotão, Ralf teve
problemas com Fernando Alonso
e com Rubens Barrichello.
Depois de fazer no sábado seu
pior treino oficial em oito meses,
o brasileiro obteve ontem seu pior
resultado no ano: foi sexto.
O fraco desempenho rendeu
uma crítica de Ross Brawn, o estrategista da Ferrari. "A corrida de
Barrichello foi decepcionante. Ele
não conseguiu aquilo que tinha
que alcançar", declarou.
No Mundial, o brasileiro está 16
pontos atrás do companheiro.
Restam, agora, cinco GPs para
descontar essa diferença, chegar à
metade do campeonato na frente
e ganhar prioridade da Ferrari.
A missão é complicada. É mais
fácil Barrichello ser superado por
Button na tabela: o inglês, sensação do campeonato, já está apenas um pontos atrás. Com fome.
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