São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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JOSÉ GERALDO COUTO

Noves fora, restou o futebol brasileiro

Se o Brasil passar hoje pela Turquia, como todos esperamos, a final da Copa será o coroamento de uma série de paradoxos.
Primeiro, porque Brasil e Alemanha foram as duas potências do futebol que chegaram mais desacreditadas ao Mundial, depois de realizar campanhas pífias nas eliminatórias.
Cotadas para grandes decepções da Copa-2002, acabaram dando a volta por cima enquanto viam cair, um a um, os favoritos (França, Argentina, Itália, Espanha).
Outro paradoxo seria o seguinte: na Copa das surpresas, das zebras, dos times emergentes da Ásia e da África, acabam disputando a taça justamente as duas seleções que mais vezes haviam chegado à final (seis cada uma).
A ironia suprema é que esses dois gigantes nunca se enfrentaram nas 16 Copas anteriores.
No momento em que escrevo esta coluna, logo após a soporífera vitória da Alemanha sobre a Coréia, torço mais do que nunca para que o Brasil seja campeão.
Não por um patriotismo compulsório, mas porque, num balanço qualitativo desta Copa, o time que jogou o futebol mais bonito -mesmo com os seus destrambelhos- foi o Brasil.
Concordo com Parreira: talvez seja cedo para falar em nova ordem do futebol mundial. Por ora, tenho uma certeza: o que se viu nesta Copa foram estádios muito bonitos e jogos muito feios, inclusive o de ontem. Noves fora, sobramos nós.

jgcouto@uol.com.br



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