São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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JOSÉ ROBERTO TORERO

Fidel, Madonna, Jordan, Chauí e Völler

Moderno leitor, pós-moderna leitora, as modas são uma característica do mundo globalizado. Se Madonna coloca um piercing no umbigo, milhares de moçoilas fazem o mesmo. Se Michael Jordan raspa careca, milhões de espinhentos adolescentes passam máquina zero (e alguns calvos naturais aproveitarão a desculpa).
Mas a moda não atinge apenas os adolescentes que têm mais hormônios que neurônios. Mesmo severos intelectuais sucumbem à sua ditadura. Basta ver quantos deixaram sua barba crescer para que ficassem mais parecidos com Fidel Castro ou quantas cortaram seus cabelos à la Marilena Chauí.
A própria Copa do Mundo é uma eficiente lançadora de modas. E não estou me referindo aos design capilar de Davala, Ronaldo ou Beckham, mas ao futebol mesmo.
As seleções que fizerem sucesso nesta competição servirão de matriz, de inspiração para milhares de times pelo mundo. A superexposição da equipe vencedora e de sua tática farão a propaganda maciça de um sistema de jogo. Seja em Londres ou Londrina, técnicos imitarão o estilo do campeão.
A julgar pelo primeiro finalista da Copa, algumas das novas tendências serão a defesa compacta e o jogo aéreo. O time alemão ataca usando menos a habilidade do que as bolas altas. Os grandalhões voltarão à moda. Sorte dos Jardéis. Minha esperança é que eles tenham que se contentar com o vice.

torero@uol.com.br



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