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São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2003

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BOCA JUNIORS 2 X 0 SANTOS

Santos sente pela 1ª vez o gosto do fracasso

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
Robinho deixa o gramado cabisbaixo, enquanto o goleiro Abbondanzieri e Burdisso festejam a vitória do Boca, em La Bombonera



Em Buenos Aires, meninos falham, equipe perde aura de imbatível e agora precisa de três gols, em São Paulo, para evitar pênaltis e conquistar a Libertadores após 40 anos


FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BUENOS AIRES

Não deu para virar desta vez.
Como em 1963, o Santos saiu em desvantagem no placar diante do Boca Juniors em La Bombonera na decisão da Libertadores. Porém Diego e Robinho não repetiram Pelé e Coutinho. Pior que isso, Fábio Costa não repetiu Gilmar. Resultado: derrota por 2 a 0.
Caiu ontem na Argentina uma invencibilidade de 12 jogos no principal torneio do continente -se o Santos não perdesse, faria a maior série sem derrota de um time do país ao longo do torneio.
Agora, os santistas precisam vencer por três gols de diferença no jogo de volta, em São Paulo, na quarta-feira para voltar a ganhar a Libertadores após 40 anos. Se a vitória for por dois gols de diferença, a decisão será nos pênaltis.
O Boca Juniors não fez uma grande partida, mas, apoiado por sua torcida e contando com erros dos santistas, conseguiu a mesma vantagem que havia obtido nas semifinais contra o América de Cali. Vencera o time colombiano por 2 a 0 no mesmo estádio.
Fábio Costa foi um dos heróis na campanha santista, especialmente nas oitavas-de-final, quando defendeu três pênaltis. Ontem, porém, foi infeliz nos lances dos dois gols, ambos chutes de longa distância do atacante Delgado.
Robinho voltou a ter atuação apenas razoável. Teve a melhor chance santista na primeira etapa, mas pecou na finalização, sua maior deficiência. Seu parceiro, Diego, mais uma vez se destacou. Mas, caçado em campo (8 das 25 faltas sofridas pelo time), não conseguiu mudar a situação.
As principais peças santistas foram anuladas pelo esquema montado pelo técnico Carlos Bianchi, conhecido como "Mister Libertadores" -já venceu o torneio três vezes. Mesmo em casa, o Boca Juniors não pressionou tanto. Tratou de tirar o espaço dos santistas e, em especial no segundo tempo, apostar nos contra-ataques.
O técnico do Santos, Leão, soltou seu time na segunda etapa. O empate esteve perto, mas o lateral Reginaldo Araújo acabou sendo expulso após entrada violenta -ao menos Elano volta no segundo jogo. Na sequência, saiu o segundo gol, que complicou as aspirações santistas de voltar ao topo do futebol mundial. Ganhando a Libertadores, o Santos pega o Milan no Mundial interclubes, o que também repetiria um confronto épico de 40 anos atrás.
Desde que a Libertadores eliminou a possibilidade de um jogo-desempate para definir o seu campeão, só uma vez um time que perdeu o jogo de ida por dois gols de diferença conseguiu reverter a situação: o Nacional, da Colômbia, na edição de 1989.
O Santos atual tenta ainda repetir o Santos de Pelé, mas agora terá mesmo que repetir outro Santos, o de Giovanni, que na semifinal do Brasileiro de 1995 precisava vencer por três gols de diferença o Fluminense na volta e conseguiu.


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