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FUTEBOL
Estaca zero
SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA
Típico: o Brasil foi eliminado
da inoportuna Copa das
Confederações quando estava começando a melhorar. O primeiro
tempo do jogo contra a Turquia
foi o mais "assistível" de todos,
com a bola correndo um pouco
mais de pé em pé e o time com
mais confiança, disposição e velocidade. Mas já era tarde... Os pontos perdidos contra Camarões fizeram falta. E, se não conseguimos vencer um time desarrumado, que errou uma barbaridade,
tínhamos mesmo de cair fora.
Precisamos lembrar que ganhar
um título dessa coisa não era o
mais importante. Se o torneio tinha alguma utilidade, era a de
aproveitar a sequência de jogos
para avaliar atletas e para testar
o sistema de trabalho do Parreira.
Como ele organiza o time depois
de alguns treinos e resolve problemas nos jogos? Ou seja, o fracasso
foi péssimo do mesmo jeito -como foram só três jogos, seguimos
com um milhão de dúvidas.
Não adianta dizer: "Se os campeões do mundo estivessem lá, teria sido diferente". Quem pode
saber? Já esquecemos os jogos medíocres que a seleção "principal"
disputou neste ano? Poderia ter
sido a mesma porcaria! Nesta
temporada, uns e outros fracassaram com a camisa da seleção. E
nomes que fazem parte do grupo
principal, como Emerson, Kléberson, Juan e Lúcio, foram tão mal
quanto os calouros.
Eu não acho que não precisamos mais de Ronaldo e dos outros. Esse rapaz de cabelo esquisito, um pouco acima do peso, ainda faz um jeitão. Mas também
não acho que o fracasso da seleção mista prove que não podemos
contar com os novos. Às vezes, sou
mais otimista do que todo mundo: tenho certeza de que podemos
fazer melhor do que isso. Até
aqui, foi tudo meio café-com-leite
-uma hora não tem treino; na
outra, não contamos com as primeiras opções para cada posição.
Mas, às vezes, sou a mais pessimista: vamos continuar sem tempo para treinar e talvez façamos
experiências demais até definir
quem é a "primeira opção"!
Sou contra insistir eternamente
em um jogador por conta dos serviços prestados, mas tenho certeza de que mexer em todas as variáveis não ajuda a tomar decisão
nenhuma. Nesta Copa, Parreira
começou cada jogo com um time
diferente. Não foi só a troca de um
lateral pelo outro ou coisa parecida, mas a mudança no desenho
do meio-campo, que mexe na estrutura do time todo. Na minha
opinião, seria melhor insistir na
formação com Alex e Ronaldinho, que já dava sinais de que
funcionaria outra vez. Alex e
Maurinho (que foi muito bem)
poderiam ter se divertido mais
juntos, mas Parreira preferiu
apostar que Ilan seria a solução...
Até entendo o raciocínio: com
dois homens na frente e Ricardinho e Ronaldinho no meio-campo, teríamos mais poder ofensivo.
Quase deu certo. Mas continuamos com problemas na saída de
bola, insegurança na zaga e a falta de um magnetizador (não
aguento mais dizer "maestro") de
nossas ações ofensivas. Será que
Parreira chegou às mesmas conclusões? Vamos saber depois.
Mais do mesmo
O deputado Marcus Vicente,
do PTB, ausentou-se da Câmara nos últimos dias, mas estava
em Missão Oficial Autorizada.
Qual a missão? Ser chefe da delegação brasileira na viagem à
Nigéria e à França. Perguntas:
por que considerar essa uma
"missão oficial"? Estamos pagando suas despesas com dinheiro público? Suas faltas serão abonadas? Caso a CBF esteja bancando a viagem, seria ético o deputado receber pagamento de uma "entidade privada"? Enquanto pagadora de
impostos, minha opinião é: ele
não deveria ir. Detalhe: como
presidente da Federação de Futebol do Espírito Santo, ele vota
na eleição para a presidência
CBF. Ser gentil com um eleitor
usando verba da Câmara é demais, não?
E-mail
soninha.folha@uol.com.br
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