São Paulo, domingo, 26 de junho de 2005

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FUTEBOL

Companheiros de Adriano são os mais acionados na vitória brasileira

Quarteto faz diferença em meio a gols de bola parada

François Guillo/France Presse
Autor de jogada de efeito no segundo tempo, Robinho tenta passar por Torsten Frings durante a vitória da seleção em Nuremberg


DOS ENVIADOS A NUREMBERG

Numa partida em que mostrou pouco de sua magia, o quarteto mágico de Carlos Alberto Parreira foi decisivo para a conquista da vaga brasileira na final da Copa das Confederações. Todos os gols na vitória por 3 a 2 sobre a Alemanha saíram dos pés dos jogadores mais ofensivos da seleção.
Além de dois tentos de Adriano e um de Ronaldinho, cobrando pênalti, Robinho deu o passe para o atacante da Inter de Milão marcar o seu segundo no jogo.
Os mais acionados do Brasil foram Robinho, Ronaldinho e Kaká, segundo o Datafolha. Fizeram ainda 9 das 12 finalizações do time. Adriano e Robinho anotaram três cada. Kaká fez duas conclusões, e Ronaldinho uma.
Só um gol na semifinal, o último, feito por Adriano, não se originou num lance de bola parada.
"Foi um jogo equilibrado técnica e taticamente, aí a bola parada decidiu", resumiu Carlos Alberto Parreira, que viu seu time marcar de falta e pênalti no primeiro tempo. Nas duas vezes, o Brasil ficou em vantagem no placar, mas não por muito tempo. Os alemães empataram após cobrança de escanteio e por meio de um pênalti.
O jogo começou com uma temperatura de 32C, com as duas equipes praticamente sem explorar jogadas com rapidez.
As faltas truncavam as tentativas ofensivas. Na cobrança de uma delas, aos 21min, Adriano abriu o placar. A bola desviou na barreira e enganou Lehmann.
A resposta dos donos da casa foi imediata. Adiantado, Dida mandou a escanteio um cruzamento. Após a cobrança, Podolski aproveitou falha de marcação do Brasil e, de cabeça, empatou, aos 23min.
A rapidez com que o adversário chegou ao empate irritou Parreira. "Falei no vestiário, não podemos tomar um gol 30 segundos depois de abrir o placar. Era hora de deixar a Alemanha se desesperar, mas não deu nem para respirar", reclamou o treinador.
Com o jogo morno, o segundo gol brasileiro saiu após empurrão de Huth em Adriano dentro da área. Ronaldinho bateu o pênalti à direita do goleiro e recolocou o Brasil em vantagem, aos 41min.
Aos 47min, houve empura-empurra na área, e o chileno Carlos Chanddía anotou o pênalti. Roque Júnior e Emerson estavam no lance e reclamaram insistentemente. Ballack cobrou aos 48min e empatou a partida.
O Brasil voltou para o segundo tempo com Cicinho no lugar de Maicon. Aos 31min, Robinho tocou para Adriano, que driblou o marcador e chutou cruzado para fazer 3 a 2. Empurrada por sua torcida, que lotou o estádio, a Alemanha foi para cima, mas de forma estabanada, pouco ameaçando a meta de Dida.
O quarteto teve mais espaço para brilhar -Robinho por pouco não marca um belo gol. Dos quatro jogadores ofensivos, só Kaká chega à final sem marcar.
Ao final do jogo, os alemães se mostraram encantados com Adriano. Questionado sobre o que faltou à Alemanha, Ballack foi seco: "Adriano". Franz Beckenbauer, presidente do Comitê Organizador da Copa-06, disse que o atacante é "fantástico" e que o Brasil mereceu vencer. O técnico Juergen Klinsmann também teceu loas aos vencedores. "É difícil jogar contra um time tão bom assim." (FÁBIO VICTOR E PAULO COBOS)


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