MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem Tevez, sem Gil, sem artilheiros, o Corinthians prova seu momento de melhor ataque do Brasileiro diante do Fluminense, segunda melhor defesa do certame, hoje, às 16h, em Mogi Mirim.
Foram 17 gols até o início desta rodada e, curiosamente, nenhum jogador entre os dez principais artilheiros do Nacional.
Na frente de seu maior goleador, Tevez, há 12 atletas. Ao lado dele, com três gols, há dez jogadores e um goleiro, o são-paulino Rogério. Róbson, do Paysandu, tem quatro a mais que o argentino, que serve sua seleção na Copa das Confederações e perde o terceiro jogo do Nacional por isso.
"A gente implantou nesse grupo uma luta muito grande, e todos têm a chance de fazer gols, por isso o ataque melhorou muito", disse o técnico corintiano, que não pode contar com Gil porque a diretoria afastou o jogador devido ao impasse na renovação do contrato, que acaba no fim do ano.
Sem se estender no tema, Márcio mostra que lamenta não poder usá-lo. "Sou suspeito porque tenho muito carinho por ele. Mas é decisão da diretoria, e temos que acatar. No futebol a gente se preocupa com quem pode usar."
Os companheiros sentem falta. "Fico triste", diz o goleiro Fábio Costa, esperançoso. "Adoraria vê-lo no time. Ele tem que esperar as coisas se resolverem e aprimorar a parte física", afirma.
Hoje, no último jogo com portões fechados, punição dada ao Corinthians por causa da invasão de torcedores no Pacaembu durante o 5 a 1 para o São Paulo em maio, o treinador escala a dupla Jô e Abuda, que competem por um lugar ao lado de Tevez.
"Vai ser minha terceira partida como titular, e espero continuar o bom trabalho", diz Abuda, que fez um gol no Nacional, após a chance na ausência de Bobô, que serve a seleção sub-20.
Pela frente, o Corinthians terá um Fluminense combalido pela perda da Copa do Brasil. Na quarta, o tricolor carioca empatou com o Paulista em 0 a 0 no Rio e, como perdeu antes por 2 a 0, viu a vaga na Libertadores ir a Jundiaí.
Mesmo assim, a segunda melhor defesa do Brasileiro, com oito gols em oito rodadas, merece atenção, segundo Márcio, que terminou a última jornada na zona de classificação para a Libertadores. "O Fluminense é um grande time. Tenho respeito por Abel [Braga, técnico do Fluminense], que foi meu treinador, e vamos encontrar dificuldades. Só que a gente trabalhou forte na semana para deixar o jogo mais fácil."
Sem provocar o rival, jogadores tentam relativizar o impacto do fracasso na Copa do Brasil no ânimo da equipe adversária.
"Dependendo da formação do grupo, isso pode ter influências positivas ou negativas, mas a gente espera o Fluminense bem postado", afirma Fábio Costa.
A verdade é que a equipe das Laranjeiras, que tem um ponto a mais que o Corinthians, chega a Mogi bastante desfalcada. O zagueiro Fabiano Eller e o meio-campista Preto Casagrande, ambos contundidos na coxa, estão fora. O meia Diego, ainda com dores no ombro que justificaram seu corte da seleção sub-20, e o centroavante Tuta, que será submetido a uma cirurgia no nariz, também desfalcarão o time.
A principal novidade será a volta do lateral-direito Gabriel, que não atuou na final contra o Paulista por estar suspenso.