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ATLETISMO
Livre de pena por doping, atleta precisa fazer 3 testes, com intervalo de 4 meses entre eles, antes de voltar a saltar
Maurren fica mais um ano sem competir
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Maior nome da história do atletismo feminino nacional, Maurren Maggi encerrou seu período
de suspensão por doping no último dia 13. Tecnicamente, estaria
apta a competir no Troféu Brasil,
semana passada, em São Paulo.
Mas só poderá retornar às pistas
no começo de 2005. Desde o ano
passado, a Iaaf, entidade que comanda o atletismo, estabeleceu
norma em que os atletas têm que
passar por três antidopings antes
da volta. Cada teste deve ser feito
com intervalo de quatro meses.
"A Maurren ainda não fez nenhum teste. É nosso único caso
assim", diz Martinho dos Santos,
secretário-geral da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).
No começo do ano, Maurren
procurou seu antigo técnico, Nélio Moura, disposta a regressar
aos treinos. Chegou a saltar em algumas manhãs, em São Paulo.
"A Maurren ficou quatro semanas aqui. Ela teria que fazer um
trabalho progressivo para retornar. Acho que em um ano ela volta a ser top. Mas a decisão tem que
partir dela", afirma o treinador.
Em abril, a saltadora conversou
com Sérgio Coutinho Nogueira,
diretor da BM&F, time pela qual
competia, sobre o interesse de retomar a carreira. "Respondi que
ela seria bem-vinda à equipe, desde que treinasse. A Maurren é
uma grande atleta", diz Nogueira.
De fato, foi a saltadora quem
conseguiu o melhor resultado de
uma brasileira em Mundiais ou
Olimpíada. Ela foi bronze no salto
em distância no Mundial indoor
de Birmingham, há dois anos.
Favorita ao ouro no Pan de Santo Domingo e no Mundial de Paris, em 2003, ela não pôde competir. Dois meses antes dos eventos,
Maurren teve teste positivo para o
esteróide anabólico clostebol.
Na véspera do controle, realizado em junho, durante o Troféu
Brasil, a saltadora teria usado a
pomada cicatrizante Novaderm,
que contém a substância, após
passar por sessão de depilação.
Absolvida pelo TJD da CBAt, ela
recebeu pena de dois anos da Iaaf,
que sempre foi rigorosa em casos
de doping por esteróides anabólicos. O caso foi então para a Corte
de Arbitragem do Esporte, última
instância de julgamento. Maurren, porém, desistiu de apelar.
Livre do pesadelo, a retomada
da carreira é uma incógnita.
"Ela não comenta em casa sobre
o assunto. Como brasileiro gostaria que ela voltasse. Mas como pai,
não. Ela foi crucificada", afirma
William Maggi, pai da saltadora.
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