São Paulo, domingo, 26 de junho de 2005

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ATLETISMO

Livre de pena por doping, atleta precisa fazer 3 testes, com intervalo de 4 meses entre eles, antes de voltar a saltar

Maurren fica mais um ano sem competir

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Maior nome da história do atletismo feminino nacional, Maurren Maggi encerrou seu período de suspensão por doping no último dia 13. Tecnicamente, estaria apta a competir no Troféu Brasil, semana passada, em São Paulo.
Mas só poderá retornar às pistas no começo de 2005. Desde o ano passado, a Iaaf, entidade que comanda o atletismo, estabeleceu norma em que os atletas têm que passar por três antidopings antes da volta. Cada teste deve ser feito com intervalo de quatro meses.
"A Maurren ainda não fez nenhum teste. É nosso único caso assim", diz Martinho dos Santos, secretário-geral da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).
No começo do ano, Maurren procurou seu antigo técnico, Nélio Moura, disposta a regressar aos treinos. Chegou a saltar em algumas manhãs, em São Paulo.
"A Maurren ficou quatro semanas aqui. Ela teria que fazer um trabalho progressivo para retornar. Acho que em um ano ela volta a ser top. Mas a decisão tem que partir dela", afirma o treinador.
Em abril, a saltadora conversou com Sérgio Coutinho Nogueira, diretor da BM&F, time pela qual competia, sobre o interesse de retomar a carreira. "Respondi que ela seria bem-vinda à equipe, desde que treinasse. A Maurren é uma grande atleta", diz Nogueira.
De fato, foi a saltadora quem conseguiu o melhor resultado de uma brasileira em Mundiais ou Olimpíada. Ela foi bronze no salto em distância no Mundial indoor de Birmingham, há dois anos.
Favorita ao ouro no Pan de Santo Domingo e no Mundial de Paris, em 2003, ela não pôde competir. Dois meses antes dos eventos, Maurren teve teste positivo para o esteróide anabólico clostebol.
Na véspera do controle, realizado em junho, durante o Troféu Brasil, a saltadora teria usado a pomada cicatrizante Novaderm, que contém a substância, após passar por sessão de depilação.
Absolvida pelo TJD da CBAt, ela recebeu pena de dois anos da Iaaf, que sempre foi rigorosa em casos de doping por esteróides anabólicos. O caso foi então para a Corte de Arbitragem do Esporte, última instância de julgamento. Maurren, porém, desistiu de apelar.
Livre do pesadelo, a retomada da carreira é uma incógnita.
"Ela não comenta em casa sobre o assunto. Como brasileiro gostaria que ela voltasse. Mas como pai, não. Ela foi crucificada", afirma William Maggi, pai da saltadora.


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