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3D
A tecnologia explora a profundidade, mas a seleção treinada por Dunga, não; parecia jogar em outra dimensão
SANDRO MACEDO
DE SÃO PAULO
Jogo ruim em 2D fica ruim
também em 3D. Em mais um
capítulo da "Copa das imagens", como dizem dez em
cada dez locutores na televisão, ontem foi exibido o primeiro jogo de futebol em 3D
nos cinemas do Brasil.
O problema é que a partida, transmitida em um shopping de São Paulo (Eldorado)
e um do Rio (Downtown), foi
Brasil x Portugal. Horrorosa
em preto e branco, cores, 4D
ou qualquer outra tecnologia, disponível ou não.
No começo do confronto, a
transmissão e o jogo prometiam. Quando um torcedor
jogou para cima uma grande
bola verde e amarela, ela parecia pular por cima da escalação dos times, que era projetada na grande tela do cinema. Todos suspiraram, incluindo crianças com sirenes
que substituíam vuvuzelas.
Foi o momento mais emocionante do filme/jogo.
Em 3D, é explorada mais a
profundidade da imagem.
Mas a seleção de Dunga não
investiu na tal profundidade.
Ficou presa na forte marcação portuguesa e afunilava
o jogo pelo meio -e a imagem geral do meio do gramado em 3D ainda é um pouco
frustrante. Assim, a chatice
dominou boa parte da transmissão da partida.
Não foi apenas uma estreia
nacional. Cerca de 700 salas
de cinema no mundo exibiram o duelo, que decidia o
primeiro lugar do Grupo G. A
iniciativa no Brasil é da Rede
Globo, que tem os direitos de
transmissão da Copa no país
e mostrou o confronto apenas para convidados, já que
se trata ainda de um teste.
Quem está na África do
Sul, porém, viu primeiro -o
IBC (Centro Internacional de
Transmissão) do país anfitrião do Mundial já fazia uso
da tecnologia de ponta.
Gerente de comunicação
da Central Globo de Jornalismo, Ricardo Frota, descarta
novo teste nas oitavas. "Mas
temos previsão de exibir uma
semifinal [a que pode ter o
Brasil] e a final", avisa o executivo, que aprovou o teste.
Difícil mesmo só aprovar o
time de Dunga, que parecia
jogar em outra dimensão.
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