|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Decisão recoloca Figueirense na Série A, leva Caxias e Santa Cruz de volta à Série B e inibe ações de juízes estaduais
Liminar do STJ garante Brasileiro da CBF
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente interino do STJ
(Superior Tribunal de Justiça),
ministro Edson Vidigal, concedeu
no início da noite de ontem uma
liminar dando à CBF o direito de
organizar o Campeonato Brasileiro deste ano com base na classificação dos clubes obtida na edição
de 2001 do torneio.
A decisão, que atendeu a uma
medida cautelar proposta pela
CBF, cassa as liminares concedidas por juízes estaduais que forçavam a CBF a incluir Caxias (RS) e
Santa Cruz (PE) na primeira divisão do Brasileiro. Os times podem
recorrer da decisão.
A liminar do STJ garante o Figueirense na Série A -o time catarinense havia perdido a vaga para o Caxias na Justiça- e impede
juízes estaduais de fazerem despachos que alterem a composição
do Brasileiro estabelecida pela
CBF para as séries A e B (primeira
e segunda divisões do torneio).
Determina ainda que a Série A
tenha 26 clubes: os 24 classificados no ano passado e mais Figueirense e Paysandu, que ascenderam da Série B -exatamente como havia sido previsto pela CBF.
O diretor jurídico da entidade,
Carlos Eugênio Lopes, afirmou
que a confederação denunciará os
clubes à Fifa, sob a acusação de
que eles teriam usado "laranjas"
para ingressar na Justiça com
ações contra a CBF.
"É nosso dever. De acordo com
o estatuto da Fifa, a CBF tem a
obrigação de assim agir. Essa denúncia está sendo elaborada e será enviada até terça-feira. Acabou
essa palhaçada, essa bagunça. Se
todas as prefeituras decidissem
entrar na Justiça, teríamos um
campeonato com quase 6.000 times", declarou o diretor.
Lopes disse que a CBF propôs a
medida cautelar para impedir que
um grande número de liminares
inviabilizasse o Brasileiro.
A medida do STJ é inédita e pode inibir uma prática que se tornou corriqueira no futebol brasileiro nos últimos quatro anos, período em que a CBF tem enfrentado ações judiciais de clubes que
pretendem obter uma vaga na
primeira divisão da principal
competição do país.
O caso mais notório ocorreu em
1999, quando a Justiça Desportiva
transferiu pontos do São Paulo
para o Botafogo-RJ, que conseguiu permanecer na Série A. O
Gama foi rebaixado no lugar do
Botafogo, mas o time do DF recorreu à Justiça comum.
As disputas judiciais impediram a CBF de organizar o Brasileiro-00, administrado pelos clubes
com o nome de Copa João Havelange e com o Gama na Série A.
Texto Anterior: Luxemburgo usa o time do ABC para acalmar seus comandados Próximo Texto: BR suspende verba e agrava crise do Fla Índice
|