SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Por causa da milionária dívida do Flamengo com o governo federal, a BR Distribuidora suspendeu o pagamento do patrocínio ao clube carioca. A empresa, que é subsidiária da Petrobras, está há três meses impedida de repassar os recursos ao time.
A estatal alega que o artigo 195, parágrafo terceiro, da Constituição Federal veda à pessoa jurídica em débito com o sistema de seguridade social a contratação com o poder público.
A decisão de interromper o repasse do dinheiro foi iniciativa da gerência jurídica da BR.
Com a suspensão do pagamento, o clube deixou de receber cerca de R$ 900 mil no período.
O Flamengo é um dos maiores devedores do governo federal no futebol brasileiro. No total, a dívida do clube é de cerca de R$ 50 milhões com a Previdência Social e com a Receita Federal.
A BR Distribuidora paga R$ 3,2 milhões por ano para estampar a sua marca na camisa da agremiação do Rio de Janeiro. A Petrobras paga mais R$ 3,2 milhões.
Apesar da decisão da sua subsidiária, a Petrobras continua depositando em dia o patrocínio ao clube carioca.
De acordo com a assessoria de imprensa da estatal, a empresa depositou R$ 301 mil no dia 20 de junho ao Flamengo.
A suspensão do pagamento agravou ainda mais a crise no clube. Há menos de um mês, Edmundo Santos Silva foi afastado da presidência acusado de praticar irregularidades durante sua gestão. O Flamengo deve aproximadamente R$ 200 milhões.
Com a revisão do contrato com a TV Globo, o clube também receberá menos pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro -cerca de R$ 6 milhões. Pelo contrato antigo, deveria ganhar cerca de R$ 8 milhões da emissora. ""Eu não falo sobre as dívidas do Flamengo. Isso é um assunto interno, que tem de ser discutido no clube", declarou o presidente Gilberto Cardoso Filho, que não quis confirmar a suspensão do pagamento.
A parceria do Flamengo com a BR Distribuidora e a Petrobras é a mais antiga do futebol brasileiro. Desde 1984 as empresas estampam suas logomarcas na camisa do time. No ano passado, o Flamengo usava o dinheiro do patrocínio para pagar suas dívidas com o próprio governo.
O clube carioca destinava 70% do que recebia das duas empresas para quitar as dívidas com a Receita e com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).


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