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Sorteios de trios na CBF criam os "reis do bingo"
DA SUCURSAL DO RIO
Os mineiros Márcio Rezende de
Freitas e Alício Pena Júnior e o
brasiliense Luciano de Almeida
são hoje os "reis do bingo".
Os três são os recordistas nos
sorteios promovidos pela Comissão Nacional de Arbitragem da
CBF no Campeonato Brasileiro.
As bolinhas de Pena Júnior, de
Almeida e de Freitas já caíram nove vezes nos 13 sorteios realizados
na sede da CBF por Armando
Marques, presidente da comissão.
"Agora, o juiz tem que ter uma
reza forte para exercer a profissão", afirmou Marques.
Desde o dia 22 de maio, o dirigente, que é contrário ao sistema,
perdeu o poder de escalar diretamente os juízes para obedecer ao
Estatuto do Torcedor.
A ascensão de Freitas é mais
uma prova da perda de poder de
Marques. Antes dos sorteios, o árbitro, que representou o país na
Copa do Mundo de 1998, só tinha
sido escalado em duas das nove
rodadas do torneio.
O gaúcho Carlos Eugênio Simon não tem a mesma sorte. Árbitro brasileiro na última Copa do
Mundo, além de recordista de finais no Brasileiro, o gaúcho foi
sorteado apenas seis vezes.
"Só posso dizer que a mãe de
santo dele é ruim", disse Marques, em tom de ironia. No penúltimo bingo, Simon teve que participar de quatro sorteios naquele
dia para a sua bolinha cair.
Antes do início da nova fórmula, ele era um dos preferidos de
Marques. Até o início do sorteio,
ocupava o segundo lugar no ranking de escalações.
Transparência
A obrigatoriedade do sorteio foi
uma decisão do governo federal
na tentativa de dar mais transparência ao trabalho dos árbitros.
A intenção é pôr fim à pressão
dos dirigentes de clubes sobre os
responsáveis por escalar os árbitros. "A idéia não foi minha, mas
estou tendo que cumprir", disse
Armando Marques, resignado
com a perda do poder.
(SR)
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