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São Paulo, sábado, 26 de julho de 2003

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"Sindicalista" critica sorteio e os dirigentes

DA SUCURSAL DO RIO

Insatisfeito com o sorteio, o presidente da Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol), Márcio Rezende de Freitas, disse que "a arbitragem está largada" no país.
"Está faltando muita coisa. Sempre somos os culpados pelos erros, mas ninguém quer nos ajudar a realizar cursos de capacitação. Para ter uma idéia, a Escola Nacional de Arbitragem [da CBF] só existe no papel", afirmou Freitas.
O árbitro mineiro culpou os clubes e a CBF pela má fase dos "homens de pretos". "Os clubes conseguem gastar milhares de reais para pagar um jogador, mas nunca estão dispostos a nos preparar. Já a CBF amarra o projeto da escola, e não conseguimos nada. Tenho mais de 500 projetos, mas ninguém nos responde. Quando algo de errado acontece no campo, todos transferem a culpa para o juiz."
Apesar das críticas, Freitas, um dos mais sorteados para apitar jogos do Nacional, diz que o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Armando Marques, não é o responsável pela situação. "Ele não tem o dinheiro. Mesmo assim, o Armando deveria ser mais parceiro da gente."
Embora o sorteio tenha aumentado o número de juízes na Série A, o presidente da Anaf disse que o novo sistema "está acabando com a renovação".
"Isso é uma renovação sem critério. Agora, a sorte é que define. Quando falo em renovação, digo que temos é que fazer um trabalho para preparar o árbitro. Inicialmente, o escalamos na Série C. Com o tempo, ele vai para a Série B. Anos depois, ele chega à Série A. Com o sorteio, o trabalho de formação não é possível", analisou Freitas. (SR)


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