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São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2003

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ATLETISMO

Sonho de Kim Collins, de São Cristóvão e Névis, que conquistou ouro em prova equilibrada, era só chegar à final

País nanico vence os 100 m em Mundial

Michael Proubst/Associated Press
Kim Collins comemora com a bandeira de seu país, São Cristóvão e Névis, a conquista do ouro nos 100 m rasos no Mundial de Paris


DA REPORTAGEM LOCAL

O sonho de Kim Collins, 27, era só chegar à final dos 100 m -tida como a prova mais nobre do atletismo- no Mundial de Paris.
O nativo de São Cristóvão e Névis, país formado por pequenas ilhas na América Central, fez mais: tornou-se a maior surpresa da competição, ao vencer os 100 m, com o tempo de 10s07. Em segundo chegou Darrel Brown, de Trinidad e Tobago, seguido pelo britânico Darren Campbell.
"Antes do Mundial, achava que o mais importante era mesmo chegar à final. Queria ganhar, mas não achei que poderia", reconheceu Collins, que, na sequência, explicou sua estratégia na prova.
"Todos acreditavam que eu era o azarão, por isso decidi ter atuações apagadas [antes da final] para fomentar ainda mais essa noção. Foi bom correr na primeira raia, pois me aliviou de muita pressão. Todos prestaram atenção nos atletas das raias centrais e pude fazer a minha corrida."
Foi a final mais equilibrada da história do Mundial. A diferença entre o campeão e o quarto colocado, Dwain Chambers, foi de 0s01. A definição do pódio foi feita pelo "photofinish", já que Brown, Campbell e Chambers conseguiram a mesma marca: 10s08.
"Foi uma prova aberta. Havia outros sete que poderiam ter ganhado. Não sou diferente dos demais", analisou o vencedor.
A final teve uma das marcas mais fracas em Mundiais, empatada com a primeira edição do evento, em Helsinque-83, vencida pelo norte-americano Carl Lewis.
Também foi a segunda vez na história da competição que os EUA não tiveram atleta no pódio. Tal fato havia acontecido anteriormente só em Gotemburgo-95.
Ontem, Tim Montgomery, recordista mundial da prova, ficou em quinto lugar. Bernard Williams foi o sexto. Outros norte-americanos nem chegaram à final. Maurice Greene se machucou na semifinal, e Jon Drummond foi desclassificado por queimar a largada em uma eliminatória.
Enquanto Collins previa que toda a população de seu país estaria comemorando sua conquista, Greene, resignado, trazia em suas palavras o reverso da medalha.
"Comecei bem, mas senti a contusão. Para não disputar o ouro eu teria de ser retirado da pista em uma maca. Estou machucado, odeio terminar assim", disse ele.
Collins colocou seu feito sob um contexto histórico. "Esse é o maior acontecimento em meu país desde que obtivemos a independência, em 1983", contou.
No salto triplo, Jadel Gregório ficou em quinto lugar ontem, após saltar 17,11 m, obtendo a melhor colocação do Brasil nesta prova em Mundiais. O ouro foi para Christian Olsson (SUE), que obteve a marca de 17,72 m.
A prova marcou a despedida do recordista mundial Jonathan Edwards, que ficou em 12º lugar.
Outros dois brasileiros foram à pista ontem. Hudson de Souza, ouro no Pan, não conseguiu se classificar para a final dos 1.500 m.
Já Maíla Machado acabou em sétimo lugar sua eliminatória nos 100 m com barreiras. Com isso, ficou fora das semifinais da prova.


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