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PINGUE-PONGUE
Marta diz que quer a vitória, nem que saia "morta" de campo
DO ENVIADO A ATENAS
Camisa 10 da seleção feminina, estrela do Uwea, da Suécia,
a meia-atacante Marta, 19, destoa das demais jogadoras do
grupo. Fora de campo, anda
sempre no fim do pelotão, parece desligada, alheia ao que
acontece ao seu redor. No gramado, porém, é uma das mais
ativas. É a atleta que mais chuta a gol, com média de 3,4 finalizações por jogo.
(FSX)
Folha - Você parece sempre
calma, tranqüila. E antes de
uma final histórica como essa?
Marta - Eu fico tranqüila.
Gosto de ficar sozinha, na concentração, pensando no jogo,
no que pode acontecer. Penso
nos lances, planejo, mentalizo
o que vou fazer no campo. Fico
um pouquinho tensa antes de
entrar no gramado, mas passa.
Folha - O jogo da primeira fase
contra os EUA foi cheio de lances violentos. Esse será igual?
Marta - Jogar com os EUA é
sempre assim. Elas não dão
mole. Naquele jogo a gente
não teve muita sorte, levou
muita porrada, e a árbitra prejudicou a gente. Tivemos muitas chances, não fizemos.
Folha - O que mudaria na sua
vida com a medalha de ouro?
Marta - Venho do país do futebol. Mas do futebol dos homens. E nem a seleção masculina conseguiu isso. Se ganharmos, vai marcar nossas vidas.
Folha - Você já tinha imaginado estar numa final olímpica?
Marta - Já. Vi a Olimpíada de
2000 pela TV. Tinha 14 anos e
dizia: "Na próxima vou estar lá
e vou fazer diferente". Garanto
que a gente vai dar o máximo,
nem que tenha que sair morta
de campo, carregada.
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