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Brasil perde de novo e tem pior GP desde 2003
Atual tricampeão da competição, time feminino de vôlei não será nem prata
"Precisamos pôr a cabeça
no lugar e reencontrar a felicidade de jogar", afirmou a oposto Sheilla depois da derrota para as italianas
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção feminina selou ontem, na China, sua pior campanha no Grand Prix desde 2003,
torneio que antecedeu a estréia
do técnico Zé Roberto. Guimarães. O time cometeu muitos
erros, teve atuação irregular e
perdeu para a Itália por 3 sets a
1 (22/25, 25/19, 18/25 e 25/21).
Com o resultado, deu adeus à
chance de amealhar a prata.
Após a partida, abatidas, as
atletas, que ainda encaram hoje
as anfitriãs, às 8h30, deixaram
exposto seu descontentamento. "Depois da derrota para a
Rússia [segundo duelo das finais], o time perdeu a cabeça,
perdeu a confiança e não consegue se encontrar. Precisamos
pôr a cabeça no lugar e reencontrar a felicidade de jogar, tudo de novo", disse Sheilla.
Os 3 sets a 2 daquele jogo
afastaram a equipe do ouro. O
revés de ontem faz a conquista
do bronze possível apenas com
uma combinação de resultados.
As brasileiras precisam bater
a China, torcer por derrotas de
Itália e Rússia, nesta madrugada, e apresentar um ponto average (divisão de pontos ganhos
por pontos perdidos) superior
ao dessas duas seleções.
O troféu, após ser erguido pelo Brasil três vezes seguidas (o
país tem seis títulos ao todo), ficará com Holanda, maior surpresa deste GP, ou China.
"Percebemos que as outras
equipes estão crescendo. O
Grand Prix serviu também como um aprendizado para o grupo. Sabíamos que poderíamos
ficar do primeiro ao sexto lugar", completou Sheilla.
No GP de 2003, em meio à
pior crise da seleção, o Brasil
terminou na sétima colocação.
Sob o comando de Zé Roberto, que assumiu em seguida, subiu no pódio de todos os campeonatos que disputou desde o
quarto posto em Atenas-2004.
No mês passado, as brasileiras sofreram baque ao, favoritas, perderem a final do Pan do
Rio para Cuba. Como ocorrera
na Grécia e na decisão do Mundial-2006, o time deixou a vitória escapar após desperdiçar
uma série de match points.
Zé Roberto creditou as derrotas a detalhes nos jogos.
Quando começou a disputar
o Grand Prix, o time parecia ter
se recuperado. Sem as titulares
Fofão e Walewska, de folga, o
Brasil sofreu só uma derrota na
fase de classificação, para a Itália, e fez a melhor campanha.
Na fase decisiva, em Ningbo,
no entanto, desandou e só superou, na estréia, a Polônia, saco de pancadas do torneio.
"Nós não jogamos bem, daí
nossos maus resultados", declarou o treinador brasileiro
após a partida de ontem.
Contra a Itália, a equipe não
teve paciência. Paula Pequeno
chegou a reclamar de que, mesmo dando "porradas", as italianas defendiam todas as bolas.
Zé Roberto lançou mão de
Fabíola como levantadora e fez
muitas alterações na equipe.
No quarto set, quando o time
chegou a ficar sete pontos atrás
no placar, encontrou a melhor
formação. Regiane, que só foi
ao Pan por causa do doping de
Jaqueline, entrou no lugar de
Paula e mudou o ataque.
Carol Gattaz já havia substituído Thaisa e melhorado as
opções de ataque pelo meio e o
bloqueio. Mas era tarde.
"Sabemos que perder é complicado. Mas fiquei feliz ao ver
jogadoras jovens entrando na
equipe com personalidade, como a Fabíola. A Regiane e a
Thaisa disputam pela primeira
vez o Grand Prix e atuaram
bem", elogiou Zé Roberto.
A seleção brasileira cedeu 26
pontos em falhas para o adversário, que errou 22 vezes.
As italianas também foram
superiores em todos os fundamentos. Destaque para Taimarys Aguero. A cubana naturalizada italiana, de 1,77 m, foi a
maior pontuadora -28 acertos.
NA TV - Brasil x China
Sportv, ao vivo, às 8h30
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