São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pacaembu custa o dobro ao Palmeiras

Com Parque Antarctica fechado, clube gasta R$ 60 mil por jogo para atuar, como hoje, no estádio municipal

RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO

Ainda sem previsão do início das reformas em seu estádio, o Palmeiras continua pagando o dobro para utilizar o Pacaembu, a exemplo de hoje, quando vai receber o Atlético-GO a partir das 21h.
Desde que se despediu do Parque Antarctica, no dia 22 de maio -depois disputou só um amistoso, contra o Boca Juniors-, o clube atuou seis vezes no estádio municipal.
De acordo com o diretor financeiro do clube, Francisco Busico, cada partida na nova casa tem custado aproximadamente R$ 60 mil, levando- -se em conta só as despesas com taxas administrativas.
"No Palestra, gastávamos em torno de R$ 30 mil por jogo", comparou Busico.
Mas, em determinados jogos, o custo no Pacaembu é ainda maior, conforme levantamento feito pela reportagem, que analisou os boletins financeiros das partidas.
Contra o Botafogo, apenas o aluguel do campo saiu por R$ 62,5 mil. Somados os demais gastos,o jogo custou mais de R$ 211 mil.
"A taxa de administração varia conforme o horário. Partidas noturnas custam mais caro", disse o diretor.
Por outro lado, as médias de arrecadação do Palmeiras na tradicional casa corintiana têm girado na casa dos R$ 222 mil, montante não muito distante do somado nos confrontos em seu estádio.
Nas duas exibições que fez no Parque Antarctica neste Brasileiro, a renda líquida foi de cerca de R$ 246 mil.
Na opinião de Busico, o problema maior não é nem o econômico, mas o cultural. "O torcedor prefere o Palestra, é a casa do clube. Se soubéssemos que as obras do campo podiam ser prorrogadas...", lamentou-se ele.
Busico referiu-se ao atraso nas reformas que visam transformar o Parque Antarctica em uma arena multiuso.
O clube se deparou com duas ações, uma delas movida pelo Ministério Público. A Promotoria de Habitação questionou prefeitura, Palmeiras e WTorre (responsável pela obra) sobre se houve estudo prévio de impacto de vizinhança, necessário em obras de grande porte.
De acordo com o diretor de planejamento do Palmeiras, José Cyrillo Júnior, as questões já foram respondidas pelo clube e pela empreiteira, mas ainda não houve resposta dos promotores públicos.
A Câmara Técnica do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável também está analisando o projeto. É apenas depois da aprovação dela que o clube conseguirá o alvará da prefeitura.
"Estamos respondendo o que dá. Não tenho como saber quantas pessoas em média irão aos jogos", disse Cyrillo Júnior. Hoje, a arena do Palmeiras é o Pacaembu.


Texto Anterior: Sem dinheiro, times desistem da Série D
Próximo Texto: Scolari se livra de gancho, não de problemas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.