São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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AÇÃO

Resumo da história

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Fora a empolgação pela circunstância especial, foi no mínimo emocionante ter visto "senhores" da faixa dos 30 anos até a idade do sr. Cezinha Chaves divertindo-se como crianças e andando com a autoridade de quem começou a "brincadeira".
O terceiro Urgh Lendas do Skate, no último fim de semana, foi uma verdadeira festa e um tributo aos velhos tempos do "skate for fun", realizado no clássico cenário das pistas do Itaguará Country Clube, em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba -não coincidentemente uma das regiões mais fortes do skate nacional, com a média de pelo menos uma boa pista por cidade e um punhado de novos talentos.
Foi lá, na década de 80, que aconteceram os maiores campeonatos nacionais de que tivemos notícia. De 83 a 88, religiosamente, uma vez ao ano, competidores e simpatizantes de todo o país se deslocavam para dois fins de semana de muito skate, adrenalina, zoeira e festa, muita festa.
Hotéis lotados pelos competidores, fãs dormindo na praça e punks sem dormir compunham o cenário que compreendia todas as modalidades da época.
O vertical se dividia em duas categorias, uma delas no cavernoso bowl inaugurado em 81, e a outra no bank's que deu origem ao evento. Somavam também o freestyle e o street, que rolavam nas duas quadras perto do salão de festas. Tudo isso reunindo amadores e profissionais em número recorde de 500 competidores por edição.
Guará manteve a chama acesa na época de vacas magras do skate vertical e hoje abriga o mais recente campeonato da primeira geração de masters do esporte. O Lendas do Skate teve sua terceira versão agora e, até alguns anos atrás, era um evento impensável pelo simples fato de essa ser a primeira "turma" dos mais velhos.
O esporte é recente, mas caminha firme e forte. Um bom indício é ver pais de família, empresários ou profissionais liberais andando muito, com a linguagem e o estilo pioneiro que influenciou gerações e foi responsável pelo surgimento de talentos como Léo Kakinho e Bob Burnquist.
Para quem não sabe, Léo Kakinho foi vice-campeão brasileiro profissional em 88 competindo no bank's. Com só 12 anos, perdeu apenas para o imbatível Álvaro "Porque". Depois, mudou-se para Floripa (SC) para ficar perto da praia, mas anda até hoje. Léo espera ansioso a chegada da idade mínima para participação no Lendas. Enquanto isso, divide com o irmão Gui a soberania da pista nas provas de best trick.
Entre carvings, roll ins e aéreos passando o "calombo", destaque para figuras como Luís Neguinho, 40 anos, exímio surfista profissional da década de 80 e finalista da Grand Master (37 +); Monika Polishtikuv, mãe de três filhos; Totó e Indião, finalistas representando a "nova geração" dos masters, entre vários outros que, só por estarem lá, já justificam a vitória pessoal de cada um. No master, deu a lógica, e quem levou foi o bicampeão Jeff "Baiano", local da também tradicional pista pública de São Bernardo do Campo. No grand master, a disputa esteve acirrada, e o vencedor mais uma vez foi Antonio Junior, conhecedor de cada centímetro daquele concreto que ele construiu.
A chuva parou para o campeonato, São Pedro ajudou, ninguém se machucou. Final feliz de uma longa história...

Melou
Pela terceira vez na história do WCT, uma etapa não foi finalizada por falta de ondas. A prova disputada em Portugal terminou com os 16 primeiros colocados dividindo o prêmio US$ 11 mil. A situação dos brasileiros no Mundial de surfe segue crítica. Hoje começa a oitava etapa, na França.

Surfe e Arte
O havaiano Gerry Lopez, rei de Pipeline, se juntou ao artista plástico brasileiro Vic Muniz, em Nova York, nos Estados Unidos, para a inspiração do material de lançamento da Mandi Wear, confecção de moda esporte que estréia no verão.

Super Surf
Foi confirmada a realização do Circuito Brasileiro por mais três anos. A partir da próxima temporada, o formato sofre alteração, e mais atletas competem.

E-mail sarli@revistatrip.com.br



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