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AÇÃO
Resumo da história
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Fora a empolgação pela circunstância especial, foi no
mínimo emocionante ter visto
"senhores" da faixa dos 30 anos
até a idade do sr. Cezinha Chaves
divertindo-se como crianças e andando com a autoridade de quem
começou a "brincadeira".
O terceiro Urgh Lendas do Skate, no último fim de semana, foi
uma verdadeira festa e um tributo aos velhos tempos do "skate for
fun", realizado no clássico cenário das pistas do Itaguará
Country Clube, em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba -não
coincidentemente uma das regiões mais fortes do skate nacional, com a média de pelo menos
uma boa pista por cidade e um
punhado de novos talentos.
Foi lá, na década de 80, que
aconteceram os maiores campeonatos nacionais de que tivemos
notícia. De 83 a 88, religiosamente, uma vez ao ano, competidores
e simpatizantes de todo o país se
deslocavam para dois fins de semana de muito skate, adrenalina,
zoeira e festa, muita festa.
Hotéis lotados pelos competidores, fãs dormindo na praça e
punks sem dormir compunham o
cenário que compreendia todas
as modalidades da época.
O vertical se dividia em duas categorias, uma delas no cavernoso
bowl inaugurado em 81, e a outra
no bank's que deu origem ao
evento. Somavam também o
freestyle e o street, que rolavam
nas duas quadras perto do salão
de festas. Tudo isso reunindo
amadores e profissionais em número recorde de 500 competidores por edição.
Guará manteve a chama acesa
na época de vacas magras do skate vertical e hoje abriga o mais recente campeonato da primeira
geração de masters do esporte. O
Lendas do Skate teve sua terceira
versão agora e, até alguns anos
atrás, era um evento impensável
pelo simples fato de essa ser a primeira "turma" dos mais velhos.
O esporte é recente, mas caminha firme e forte. Um bom indício
é ver pais de família, empresários
ou profissionais liberais andando
muito, com a linguagem e o estilo
pioneiro que influenciou gerações
e foi responsável pelo surgimento
de talentos como Léo Kakinho e
Bob Burnquist.
Para quem não sabe, Léo Kakinho foi vice-campeão brasileiro
profissional em 88 competindo no
bank's. Com só 12 anos, perdeu
apenas para o imbatível Álvaro
"Porque". Depois, mudou-se para
Floripa (SC) para ficar perto da
praia, mas anda até hoje. Léo espera ansioso a chegada da idade
mínima para participação no
Lendas. Enquanto isso, divide
com o irmão Gui a soberania da
pista nas provas de best trick.
Entre carvings, roll ins e aéreos
passando o "calombo", destaque
para figuras como Luís Neguinho,
40 anos, exímio surfista profissional da década de 80 e finalista da
Grand Master (37 +); Monika Polishtikuv, mãe de três filhos; Totó
e Indião, finalistas representando
a "nova geração" dos masters, entre vários outros que, só por estarem lá, já justificam a vitória pessoal de cada um. No master, deu a
lógica, e quem levou foi o bicampeão Jeff "Baiano", local da também tradicional pista pública de
São Bernardo do Campo. No
grand master, a disputa esteve
acirrada, e o vencedor mais uma
vez foi Antonio Junior, conhecedor de cada centímetro daquele
concreto que ele construiu.
A chuva parou para o campeonato, São Pedro ajudou, ninguém
se machucou. Final feliz de uma
longa história...
Melou
Pela terceira vez na história do WCT, uma etapa não foi finalizada
por falta de ondas. A prova disputada em Portugal terminou com
os 16 primeiros colocados dividindo o prêmio US$ 11 mil. A situação dos brasileiros no Mundial de surfe segue crítica. Hoje começa
a oitava etapa, na França.
Surfe e Arte
O havaiano Gerry Lopez, rei de Pipeline, se juntou ao artista plástico brasileiro Vic Muniz, em Nova York, nos Estados Unidos, para a
inspiração do material de lançamento da Mandi Wear, confecção
de moda esporte que estréia no verão.
Super Surf
Foi confirmada a realização do Circuito Brasileiro por mais três
anos. A partir da próxima temporada, o formato sofre alteração, e
mais atletas competem.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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