|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Clubes precisarão comprovar ter saúde financeira e boa infra-estrutura para atuar nas competições continentais
Europa passa a exigir licença para jogar
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os clubes da Europa precisarão
a partir de 2004 adquirir uma licença para disputar as competições da Uefa, entidade que organiza os torneios no continente.
Para ter a licença, os times terão
que comprovar, especialmente,
estar em boa situação financeira.
Quem não tiver a licença não poderá atuar na Copa dos Campeões
ou na Copa da Uefa, os dois tradicionais interclubes europeus.
Além de precisar mostrar saúde
econômica, os clubes terão que
dispor de boa infra-estrutura
-em especial estádio em condição de receber jogo internacional.
"Vamos estabelecer rapidamente um sistema de licenças. Estamos debatendo coisas específicas que serão exigidas dos clubes
que queiram partidas das competições européias", disse Per Ravn
Omdal, vice-presidente da Uefa.
O projeto das licenças começou
na verdade em 2000, ano em que
aconteceu a última edição da Eurocopa. O plano inicial era colocar
o projeto em prática já a partir da
atual temporada, mas ainda há
questões a serem definidas.
Além de forçar os clubes a passar por auditoria externa, a Uefa
não admitirá a inscrição de time
que tenha problemas na Justiça.
"Acredite ou não, muitos clubes
nunca foram submetidos a auditoria. Alguns não controlam suas
finanças nem sabem se sua situação econômica é boa ou não. Esse
é o caminho para ter uma maior
estabilidade", disse Mike Lee, diretor de comunicação da Uefa.
A medida, a princípio, foi vista
como elitista, pois seria uma exigência dos clubes mais poderosos
da Europa, os membros do G-14
-se a Uefa não colocasse o plano
em prática, os times mais ricos
poderiam formar uma Superliga.
Entre as exigências da Uefa para
a retirada da licença, estão sendo
discutidas outras questões, como
a obrigatoriedade de investir em
times de base -os clubes preparariam atletas desde os 12 anos.
O plano das licenças vinha sendo tocado nos últimos anos pelo
turco Senes Erzik, um dos membros do Comitê Executivo da Fifa.
Alguns países, como Holanda e
Noruega, já têm sistemas de licenças. No Brasil, poucos clubes são
submetidos a auditoria externa e
muitos atuam em torneios mesmo em precária situação financeira. A Fifa está mais rigorosa com
os clubes com problemas econômicos e judiciais -o Olimpia, do
Paraguai, por exemplo, pode ter a
taça da Libertadores confiscada,
não atuar no Mundial interclubes
e ser suspenso por três anos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Futebol - Soninha: Pé na forma e cabeça no lugar Próximo Texto: Ronaldo vira sócio da Traffic no Espanhol Índice
|