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AUTOMOBILISMO
Italiano dá primeiro título à Renault, minimiza recorde de Alonso e diz que só temeu a chuva na prova
Briatore volta ao topo com frieza e xingos
DA REPORTAGEM LOCAL
Exatos dez anos após celebrar a
conquista de Michael Schumacher na Benetton, o italiano Flavio
Briatore voltou a comemorar, ontem, o título mundial de um piloto de sua equipe.
Renegando a fama de playboy e
fanfarrão, Briatore, 55, teve picos
de 14 horas diárias de trabalho
durante os momentos críticos do
campeonato, quando a Renault
parecia ser superada pela McLaren. "Foi muito difícil", limitou-se
a dizer, após a bandeirada que selou o título de Fernando Alonso.
Demonstrando mais alívio que
felicidade, Briatore abusou dos
palavrões após a chegada. Não foi
efusivo ao cerrar os punhos ao ver
o pupilo receber a bandeirada.
Agiu com frieza, ao contrário de
1995, quando ergueu Michael
Schumacher nos ombros ao sacramentar o campeonato no circuito de Aida, no Japão, durante o
GP do Pacífico.
"A McLaren teve o melhor carro
em alguns momentos, mas isso
não nos deixou em pânico. Tivemos frieza para corrigir as deficiências e melhorar nossos pontos fortes", seguiu o italiano, que
começou a trabalhar na F-1 em
1988, deixando o cargo de representante dos negócios da família
Benetton nos EUA. "Não entendia nada de corridas. Precisei
aprender tudo."
Apesar da inexperiência, os resultados vieram rápido: em 1989,
a Benetton rompeu um jejum que
durava três anos e voltou a vencer
na categoria, com o piloto italiano
Alessandro Nannini, no GP do Japão, em Suzuka.
Foi Briatore quem bancou a entrada de Fernando Alonso na F-1,
em 2001, na Minardi.
Empresário do espanhol desde
quando o piloto tinha 19 anos e
corria na F-3000, Briatore foi
além: colocou Alonso na Renault,
em 2002, como piloto de testes.
Em 2003, o espanhol já era titular
do time francês.
"Ele sempre me impressionou
pela maturidade. Mesmo muito
jovem, tinha um comprometimento enorme", seguiu o italiano,
que refuta comparações entre o
novo campeão e Schumacher.
"Acho que Alonso erra menos do
que Michael errava."
O chefe da Renault minimizou o
recorde de precocidade do espanhol, mais jovem campeão da história. "Bom para ele."
Cumprimentado por Ron Dennis, Bernie Ecclestone e Jean Todt
enquanto Alonso se dirigia ao pódio, Briatore fez questão de elogiar seus principais técnicos.
"Nossas duas unidades, na França
e na Inglaterra, tiveram uma harmonia enorme."
Sobre a corrida de ontem, ele só
demonstrou preocupação com a
chance de chuva. "Ainda bem que
ela veio depois." O italiano agora
tem novo objetivo: dar mais atenção a seus outros negócios, como
a boate que comanda em Saint-Tropez, chamada "Billionaire".
(FÁBIO SEIXAS, TALES TORRAGA E TATIANA CUNHA)
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