DO ENVIADO A BRASÍLIA

O presidente da Federação Paulista, Eduardo José Farah, disse ontem em depoimento aos senadores da CPI do Futebol que reinvestiu no exterior parte do dinheiro obtido com a venda do jogador polonês Piekarski ao Bastia, da França.
Conforme a Folha publicou ontem, até agora os rendimentos obtidos com a aplicação de US$ 1,2 milhão em bancos estrangeiros não retornaram ao país, via Banco Central.
Os senadores vêem na prática crime de evasão de divisas.
"Realmente os rendimentos, num total de US$ 124.650, não voltaram. Nós reinvestimos, uma vez que o dólar está subindo aqui no Brasil", afirmou o dirigente paulista.
À Folha, antes do depoimento, que teve início às 10h e durou duas horas e meia, Farah disse ter se arrependido de ter repatriado o dinheiro em novembro de 2000.
"Se tivesse deixado lá, a federação, com o dólar como está, teria lucrado muito mais."
O dirigente voltou a negar que haja irregularidade no caso. Alega que a Federação Paulista de Futebol teve lucro com a venda do jogador.
Até agora, o Bastia pagou apenas dois terços do que estava acordado com a FPF.
Falta ainda uma parcela de US$ 600 mil -o caso está em discussão na Fifa.
A CPI revelou ontem que a federação pagou R$ 2 milhões à empresa B&B pela intermediação do contrato entre a FPF e o Grupo VR, em 1998.
Chamou a atenção dos senadores as datas dos dois contratos. O primeiro, com a empresa de tíquetes de refeição, foi assinado em 30 de setembro de 98.
Já o acordo em que a FPF dá à B&B poderes para intermediar o negócio foi feito uma semana depois, em 8 de outubro.
Os congressistas suspeitam que, na verdade, Bruno Balsimelli, dono da B&B, de quem Farah foi padrinho de casamento, não participou efetivamente do negócio. Farah nega.
"É melhor fazer negócio com amigos do que com inimigos. Ele conhece bastante gente, é sério e nos apresentou a VR, razão pela qual ganhou por seu trabalho de corretagem." (FM)


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