São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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BASQUETE

Prospecção

MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE

Shaquille O'Neal trocou os holofotes de Hollywood pelo brilho da gomalina do manager Pat Riley e acendeu os sonhos do Miami. Mas a quadra parece pequena para a dupla com Dwayne Wade, tão promissora no papel, posto que tanto o consagrado pivô como o jovem armador brilham na mesma área, sob a cesta.
Finalmente o Dallas conseguiu um gigante de respeito para os garrafões: Erick Dampier, ex-Golden State. Mas, ao mesmo tempo, disse adeus a Steve Nash, o maestro que retirou o clube da lama.
O armador certamente dará uma direção ao Phoenix. Mas o time do brasileiro Leandrinho segue coalhado de atletas de perímetro, sem força para os rebotes.
É o oposto da equipe de outro brasileiro, o Denver, de Nenê, que aumentou a coleção de jogadores de força com a aquisição de Kenyon Martin, ex-New Jersey, mas não supriu a carência de um bom arremessador de longa distância.
O Indiana espera problemas no vestiário. O ala cabeça quente Ron Artest, o melhor marcador da NBA, soube que foi leiloado pela diretoria e voltou sua fúria até para o ala-pivô Jermaine O'Neal, o mais bem pago do time.
A cúpula do Sacramento, cansada de um elenco que não desencanta, decidiu economizar e dispensou o bom-humor e os bons passes do sérvio Vlade Divac. O conterrâneo Peja Stojakovic, o melhor chute da liga, não gostou e pediu para ser negociado.
Mais preocupados em mover a franquia para o Brooklin, os novos donos arruinaram o New Jersey ao permitir a saída de Martin. O contra-ataque, trunfo da equipe, perdeu seu finalizador; o armador Jason Kidd, ainda por cima machucado, o entusiasmo.
Motivação não faltará a Kobe Bryant, obcecado em desmentir a importância de Shaq no LA Lakers. Resta saber se terá fôlego para carregar o time por todo o torneio, uma vez que Lamar Odom e Brian Grant, os reforços, não primam pela excelência física.
Outro grupo repaginado será o do New York, turbinado com a contratação de Jamal Crawford (ex-Chicago) e a recuperação de Allan Houston, artilheiros natos. O problema é que não sobrou ninguém que goste de defender.
Como amansar, aliás, a sanha ofensiva do recém-contratado Tracy McGrady dentro de um esquema que privilegia a altura, a habilidade e a lentidão do pivô chinês Yao Ming é o desafio da comissão técnica do Houston.
Já o ala-pivô Antonio McDyess, ex-Phoenix, encaixa-se bem no perfil operário do Detroit. Mas muitos duvidam que o treinador cricri Larry Brown consiga reeditar a harmonia tática que proporcionou o título de 2003/2004.
Por fim, a situação contratual em aberto de Sam Cassell e Latrell Sprewell ameaça estragar o ambiente do Minnesota. Os armadores já reclamaram aumento.
Quem desponta da mais mexida pré-temporada da história da NBA é paradoxalmente o plácido San Antonio Spurs, que manteve o trio Tim Duncan-Emanuel Ginóbili-Tony Parker e assinou com o versátil Brent Barry, uma equipe tão previsível quanto a previsão deste colunista de que ela levará o campeonato.

Gema 1
Os amistosos servem para pouca coisa, só para definir aqueles reservas que tomarão conta do agasalho dos titulares. Dito isso, palmas para Anderson Varejão, que surpreendeu o Cleveland com sua vitalidade e fez a melhor pré-temporada dos cinco brasileiros da NBA.

Gema 2
Pelo jeito, à mais brasileira NBA restarão a ESPN e o pay-per-view.

Gema 3
Isis, 21, acaba de trocar o vôlei pelo basquete. Ótima notícia para o furreca Nacional, que agora tem tudo para testemunhar a primeira enterrada de uma mulher. As estufadas da garota de 2,02 m, filha de Jóia, ex-jogador da seleção, já divertem as colegas do Ourinhos.

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