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VÔLEI
Defesa, tradicional arma dos asiáticos, ganha força nas seleções e emplaca líberos como melhores das Copas do Mundo
Brasil joga atletas no chão para ir a Atenas
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O jogo feito no chão se transformou na grande arma do Brasil no
Japão. Consagradas pela qualidade de seus atacantes, as seleções
brasileiras decidiram investir na
defesa na Copa do Mundo.
O sucesso obtido pelo time feminino, que emplacou a líbero
Arlene como a melhor do torneio,
está sendo repetido agora.
Escadinha lidera as estatísticas
de sua posição -executa 65,99%
das defesas com sucesso- e tem
sido um dos destaques da seleção.
O brasileiro chegou a ser eleito o
melhor jogador do duelo com a
China, no domingo, fato raríssimo para um líbero. Os atletas da
posição só defendem e fazem passes e, mesmo se marcarem, não
têm seus pontos anotados.
"O espírito do Escadinha contribuiu muito para o crescimento
da nossa defesa. Ele é exigente, determinado e corre atrás da bola
mesmo", afirmou Ricardo Tabach, assistente técnico responsável pela armação da defesa.
O investimento na defesa visa
aumentar os contra-ataques. Como os times brasileiros são considerados baixos e enfrentam atacantes que passam a bola por cima do bloqueio, uma defesa bem
posicionada pode render pontos
que antes seriam perdidos.
Mas, para melhorar essa performance, os técnicos ainda esbarram na mentalidade dos atletas.
Eles se acostumaram a investir no
ataque e só admirar a dedicação
dos asiáticos, consagrados como
os melhores defensores do vôlei.
"A nova mentalidade demora
para ser incutida até porque o
treino de defesa não é dos mais
prazerosos. É preciso sacrifício
para cair no chão", disse Tabach.
Além de enfrentar um "cai-levanta" durante treinamentos e jogos, os líberos precisam de coragem para tentar amortecer nos
braços ataques potentes.
Quando estava no BCN/Osasco,
Arlene foi preparada para situações bem mais duras do que as
enfrentadas na quadra: treinava
com homens. Na seleção, Zé Roberto repetiu o esquema e, quando precisou, pôs a mão na massa.
"Eu treinei com ela, já que não
tinha os meninos que me auxiliam no clube", disse o treinador.
"O resultado no grupo todo foi
ótimo. Ganhamos força em algo
que não é nossa característica."
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