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São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2003

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VÔLEI

Defesa, tradicional arma dos asiáticos, ganha força nas seleções e emplaca líberos como melhores das Copas do Mundo

Brasil joga atletas no chão para ir a Atenas

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O jogo feito no chão se transformou na grande arma do Brasil no Japão. Consagradas pela qualidade de seus atacantes, as seleções brasileiras decidiram investir na defesa na Copa do Mundo.
O sucesso obtido pelo time feminino, que emplacou a líbero Arlene como a melhor do torneio, está sendo repetido agora.
Escadinha lidera as estatísticas de sua posição -executa 65,99% das defesas com sucesso- e tem sido um dos destaques da seleção.
O brasileiro chegou a ser eleito o melhor jogador do duelo com a China, no domingo, fato raríssimo para um líbero. Os atletas da posição só defendem e fazem passes e, mesmo se marcarem, não têm seus pontos anotados.
"O espírito do Escadinha contribuiu muito para o crescimento da nossa defesa. Ele é exigente, determinado e corre atrás da bola mesmo", afirmou Ricardo Tabach, assistente técnico responsável pela armação da defesa.
O investimento na defesa visa aumentar os contra-ataques. Como os times brasileiros são considerados baixos e enfrentam atacantes que passam a bola por cima do bloqueio, uma defesa bem posicionada pode render pontos que antes seriam perdidos.
Mas, para melhorar essa performance, os técnicos ainda esbarram na mentalidade dos atletas. Eles se acostumaram a investir no ataque e só admirar a dedicação dos asiáticos, consagrados como os melhores defensores do vôlei.
"A nova mentalidade demora para ser incutida até porque o treino de defesa não é dos mais prazerosos. É preciso sacrifício para cair no chão", disse Tabach.
Além de enfrentar um "cai-levanta" durante treinamentos e jogos, os líberos precisam de coragem para tentar amortecer nos braços ataques potentes.
Quando estava no BCN/Osasco, Arlene foi preparada para situações bem mais duras do que as enfrentadas na quadra: treinava com homens. Na seleção, Zé Roberto repetiu o esquema e, quando precisou, pôs a mão na massa.
"Eu treinei com ela, já que não tinha os meninos que me auxiliam no clube", disse o treinador. "O resultado no grupo todo foi ótimo. Ganhamos força em algo que não é nossa característica."


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