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São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 2003

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FUTEBOL

No 1º jogo oficial após descenso no Nacional, equipe bate o Mogi Mirim

Palmeiras estréia lado B com atuação de 2ª e vitória

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo com um futebol de segunda, o Palmeiras conseguiu vencer o Mogi Mirim ontem, pelo Paulista, em seu primeiro jogo oficial após ter sido rebaixado no Campeonato Brasileiro.
Com o placar favorável de 2 a 1, o time começa bem o Estadual e consegue afastar um pouco a lembrança do Nacional-2002, que tanto abalou moralmente a equipe e a condenou a atuar por oito meses, neste ano, no segundo escalão do futebol do país.
Antes de começar a partida, o nome "Belluzzo" (candidato derrotado nas eleições presidenciais do clube, que reelegeu Mustafá Contursi) foi gritado nas tribunas.
A torcida palmeirense, que baixou o nível na final da Copa São Paulo de juniores -anteontem, o time ficou na segunda posição e, depois, houve confronto entre torcedores e policiais militares-, nem levou faixas para o estádio.
Com a bola rolando, o Palmeiras teve ótima chance logo no segundo minuto. Muñoz mandou a bola de cabeça no travessão. A segunda boa chance do time viria apenas no segundo tempo.
O Mogi Mirim, mais acostumado com o futebol do segundo escalão, se sentiu à vontade no Parque Antarctica e, mais que encarar o Palmeiras de igual para igual, passou a dominar a partida.
Em dois chutes de fora da área, Marcos, goleiro que quase foi jogar na Europa -viajou para a Inglaterra para acertar com o Arsenal-, salvou o clube da capital. Como todo o time palmeirense, o camisa 1 está sendo obrigado a conhecer jogadores de pouca fama.
"O lateral-esquerdo deles [Alessandro" é muito rápido. Temos que fazer algo para pará-lo", disse o goleiro no intervalo do jogo, quando festejou ser tão exigido. "É bom trabalhar bastante. Às vezes você fica ali e não faz nada."
Pedrinho, o jogador número um no coração da torcida na atualidade, esteve bem marcado e pouco produziu. "A ansiedade para fazer o gol atrapalha", disse o jogador, que ainda está fazendo tratamento contra depressão.
Veio o segundo tempo. O técnico Jair Picerni trocou o futebol técnico de Zinho pelo futebol vigoroso de Adãozinho. O time, na base da vontade, melhorou.
Magrão, um dos ex-volantes do São Caetano do Palmeiras, aproveitou indecisão da defesa adversária e arrancou livre até o gol, tocando na saída do goleiro. Aos 6min, acabava a ansiedade.
Com Pedro no lugar de Neném com a camisa 2, a equipe encontrou mais facilidade pela direita, setor que antes era de Arce, que se transferiu para o futebol japonês.
Leandro, que era só uma segunda opção no São Paulo, entrou no lugar de Dodô, mais uma vez vaiado pelos torcedores.
Em seu segundo lance, Leandro, em seu primeiro jogo oficial no time, fez o segundo gol palmeirense. Aos 32min, após duas tentativas com Muñoz e Pedrinho, a bola rebateu na zaga e sobrou para o atacante fazer 2 a 0.
Mas, aos 42min, o Mogi Mirim, que será rival do Palmeiras na Série B do Brasileiro deste ano, descontou por meio de um pênalti, convertido por Dênis, jogador que foi chamado pelos palmeirenses de Oséas por sua semelhança física e técnica com o ex-atacante do clube da capital.
Marcos, com duas boas defesas, segurou o ímpeto do Mogi Mirim no final do jogo. Pelo menos após a primeira rodada do Paulista, o Palmeiras figura no topo da tabela de sua chave, embora esteja empatado com outros dois times.
Se 2002 terminou com derrota e 2003 começou com vitória, pelo menos para a torcida as coisas continuam iguais. No final da partida, aplausos para Marcos ("É o melhor goleiro do Brasil") e críticas para o presidente Mustafá Contursi ("O meu Palmeiras não precisa de você").


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