São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 2007

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RODRIGO BUENO

O futuro da Libertadores


Saída da Toyota, namoro com os times dos EUA e um maior reconhecimento de europeus turbinam o já nobre torneio


A LIBERTADORES da América, o interclubes com o nome mais bonito no planeta, está cada vez mais globalizada e mais valorizada. A disputa, que largou nos últimos dias com o mexicano América fazendo 5 a 0 no Sporting Cristal, vive sua primeira fase (o mata-mata que antecede a fase de grupos faz parte da Libertadores, oficialmente), mas está cercada de rumores e notícias que já apontam para um 2008 com bem mais dinheiro e visibilidade.
Sai Toyota, entra Santander. Falei que o nome da competição é lindo, mas já carrega um patrocinador há uma década. A Conmebol ainda não confirmou oficialmente o final da parceria com os japoneses nem anunciou seu novo relacionamento com os espanhóis. No entanto, o mercado financeiro se agitou nos últimos dias com as declarações de Francisco Luzón, vice-presidente para a América Latina do grupo Santander, que já trata o banco como sócio da Libertadores a partir de 2008.
Além de um contrato mais vantajoso economicamente, a mais nobre disputa interclubes da América ganha mais espaço e respeito na Europa. Para dar um exemplo, no último dia 6 o Comitê Executivo da IFFHS (Federação Internacional de História e Estatística do Futebol) decidiu tratar a Copa dos Campeões e a Libertadores da mesma forma. Os pontos conferidos aos dois badalados torneios serão os mesmos, o que (por méritos) alavancará os clubes sul-americanos no tradicional e contestado ranking da entidade. As vitórias de Internacional e São Paulo sobre Barcelona e Liverpool nos dois primeiros Mundiais da Fifa no Japão ajudaram a valorizar a Libertadores e a própria disputa, que pode a partir do ano que vem se desligar da Toyota e do país oriental.
Até o fechamento da coluna, não tinha uma resposta de Satoshi Aoki, do marketing da Toyota, sobre o final das parcerias com a Conmebol e a Fifa no futebol. A entidade máxima do futebol, no entanto, sinaliza para uma troca de sede no Mundial. Os EUA, mercado dos sonhos ainda no futebol, seriam um caminho, como são para a Libertadores. A contratação de Beckham aqueceu não só as vendas de camisas do LA Galaxy (o cara só estréia em julho!) como também a venda de entradas para jogos de todos os times da MLS.
O Galaxy, depois do acerto com o inglês, vendeu mais de 5.000 carnês para a temporada. Toronto negociou mais de 2.600, o Houston viu 200% de aumento na venda de entradas e até os consagrados Washington e Dallas comemoram mais lucro. O futebol na América cresce aos olhos do mundo, e a Conmebol está mais tentada a convidar norte-americanos para a Libertadores, como já fez na Copa Sul-Americana.
O regulamento da Libertadores já tem ligeiras modificações. Os mexicanos têm que se enfrentar na semifinal, se dois times do ""Norte" lá chegarem. Sabe como é, uma porta fecha aqui, mas porque muitas outras estão abertas ou então irão se abrir.

O FUTURO DE RONALDO
Mais uma temporada em que ele não terá a taça da Copa dos Campeões. No Milan, está fora do torneio, o maior vazio do currículo.

O FUTURO DO REAL MADRID
O presidente do time, Ramón Calderón, está pronto para anunciar nos próximos dias o maior contrato de patrocínio de um clube de futebol. Com a derrocada da BenQ, que seria parceira do Real até 2010, Calderón engatilha agora um contrato que chama de ""inimaginável".

O PASSADO DE BAPTISTA
The Beast marcou dois gols a favor e um contra no derby londrino pela Copa da Liga da Inglaterra. O leitor Ricardo Moreira Prates lembra que Júlio Baptista, hoje astro do Arsenal, era mesmo atacante quando defendia o glorioso e internacional Pequeninos do Jockey.

rbueno@folhasp.com.br


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