São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

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TJD mantém punição para o Oeste, que ameaça ir à Justiça comum

MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Oeste foi condenado ontem novamente, desta vez em segunda instância, pelo pleno do Tribunal de Justiça Desportiva a perder 12 pontos e a pagar multa de R$ 10 mil por escalar três jogadores de maneira irregular. A decisão foi tomada de forma unânime pelos nove auditores do tribunal.
O clube deve apresentar recurso ao STJD. Se condenado novamente, pode até procurar caminhos fora da Justiça desportiva. "Se precisar, vamos até a Justiça comum", disse o presidente do Oeste, Ernesto Garcia.
Ontem, o tribunal entendeu que as denúncias de corrupção que rondam o caso não têm relação com o mérito da questão -a negligência dos diretores do clube na inscrição dos atletas foi a razão principal para a punição.
"É a mesma coisa que ensinar uma criança por sete anos a comer com a mão e agora bater", disse Garcia. "Essa prática sempre foi comum e agora eles vêm nos punir", afirmou.
O processo foi acompanhado de perto pelo advogado João Zanforlin, que representava o União São João, o Mogi Mirim e o Guarani, clubes interessados na manutenção da punição. "Acho que o tribunal fez cumprir a lei."
O imbróglio deve adiar a definição do descenso para depois do final do Paulista, já que o clube, apesar de ser lanterna do Grupo 2 com pontuação negativa, pode até chegar a ultrapassar alguns clubes caso a punição seja revista em instância superior.
A confusão que deve causar indefinição no primeiro Paulista da gestão Marco Polo Del Nero na FPF começou no dia 9, quando a Comissão Disciplinar do TJD, em primeira instância, puniu o Oeste.
Na ocasião do primeiro julgamento, o time de Itápolis havia perdido por 2 votos a 1, mas o relator Washington Rodrigues de Oliveira pediu, uma semana depois, para mudar seu voto, que havia sido contra o Oeste.
Washington não obteve autorização, e o time de Itápolis divulgou uma fita em que Hely Bíscaro, ex-presidente do Marília, aparecia pedindo R$ 200 mil ao Oeste para Washington alterar o voto que tinha dado. O relator disse que seu nome foi utilizado de forma indevida por Bíscaro e que ele havia pensado em mudar O voto apenas por razões de consciência.
O caso foi à polícia, que mandou as gravações feitas pelos dirigentes do Oeste para perícia.
Ontem, o Oeste pediu a anulação do primeiro julgamento, frente às denúncias de corrupção, mas teve o pedido negado.


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