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BOXE
Os pés pelas mãos
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O veterano Ray é ex-atleta
do inglês Manchester City.
Infelizmente para ele, viu, da
década de 80 para cá, o Manchester United não apenas monopolizar as glórias locais como também eliminar qualquer margem
para comparação entre os times.
Assim, seus filhos, Ricky "The
Hitman" Hatton, 25, e o irmão
mais novo, Matthew, 22, optaram
por usar as mãos, e não os pés, para atingir o topo no esporte, apesar de o primeiro ter treinado nas
categorias de base da equipe.
Ray bem que tentou, mas nunca se acostumou à modalidade
dos filhos. De tão nervoso, passou
a evitar ficar no vestiário de ambos quando estes lutam, para não
passar o seu nervosismo.
Matthew, bem, apesar do apelido, "Mágico", não consegue realizar muitos truques no ringue.
Ele perdeu por nocaute técnico
por cortes (problema que atinge
também Ricky) em dois assaltos
para David Keir e por decisão polêmica para Davik Kirk. No primeiro caso, em qualquer lugar do
mundo fora a Inglaterra a definição teria ido para as papeletas.
Tudo bem, alguns argumentam
que, com um pouquinho mais de
sorte, Matthew poderia estar invicto até hoje. Mas não são os mágicos que atraem a boa sorte?
Já a história de Ricky é diferente. O britânico é considerado o
sexto melhor meio-médio-ligeiro
do mundo hoje, segundo a publicação especializada "The Ring".
Invicto, com 34 vitórias e 25 nocautes, Ricky já é bem conhecido
nos EUA, graças a um contrato
com a rede de TV a cabo Showtime (a mesma que vinha exibindo
os combates do baiano Popó).
Ricky começou de modo tímido,
com participações no programa
"Shobox, A Nova Geração", cuja
função era revelar novos talentos.
Logo foi promovido às edições
da "Showtime Championship Boxing"; e o "Hitman" foi acrescentando à lista de "vítimas" nomes
como os dos ex-campeões Vince
Phillips e Freddie Pendleton.
Brigador, gosta de pôr muita
pressão nos rivais, bater na linha
da cintura e sempre caminhar para a frente (pelo menos é o que
deu para ver pela observação de
parte de algumas de suas lutas em
teipes obtidos por esta coluna).
Seu objetivo? Enfrentar o campeão unificado dos meio-médios-ligeiros, o russo Kostya Tszyu.
O próximo passo em direção a
essa meta é superar o brasileiro
Kelson Pinto, 27, pelo título interino dos meio-médios-ligeiros da
OMB, em 3 de abril, ironicamente
(principalmente para o pai, Ray)
no estádio do Manchester United
e com transmissão para os EUA.
Kelson é o segundo do ranking
da OMB, apesar de ser ignorado
na listagem da "The Ring". Curiosamente, a equipe de Kelson
teve a oportunidade de ver bem
de perto Ricky, em 2000, na última apresentação dele nos EUA.
O britânico lutou na preliminar
de Popó x Lemuel Nelson, quando
a mesma equipe que está hoje
com Kelson dirigia também Popó.
A BandSports exibe no domingo, às 20h, VT da última luta de
Kelson (que acontece na sexta)
antes da disputa do título interino: uma revanche com José Otávio da Silva, a quem bateu no primeiro assalto em 2002. Trata-se
de um mero "aquecimento".
Brasil 1
Desta vez até o CMB, mais prestigiosa das entidades que controlam o
boxe, se interessou pelo Brasil. É que circulou esta semana e-mail no
qual era dito que Anderson Clayton, que tem luta marcada para
amanhã pelo título latino do CMB, tem hepatite -não poderia lutar.
Maurício Sulaiman, secretário-executivo do CMB, ficou sabendo e
ontem tentava falar com o panamenho Alberto Guerra, que está no
Brasil representando a entidade, para que descubra o que acontece.
Brasil 2
Durante promoção de sua revanche com Diego Corrales, em 6 de
março, Joel "Cepillo" Casamayor não resistiu e lançou farpas em direção a Popó. "Sou um guerreiro que dará uma revanche a qualquer
um. Freitas não me preocupa, é um covarde", acusou o cubano.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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