São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

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BOXE

Os pés pelas mãos

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O veterano Ray é ex-atleta do inglês Manchester City.
Infelizmente para ele, viu, da década de 80 para cá, o Manchester United não apenas monopolizar as glórias locais como também eliminar qualquer margem para comparação entre os times.
Assim, seus filhos, Ricky "The Hitman" Hatton, 25, e o irmão mais novo, Matthew, 22, optaram por usar as mãos, e não os pés, para atingir o topo no esporte, apesar de o primeiro ter treinado nas categorias de base da equipe.
Ray bem que tentou, mas nunca se acostumou à modalidade dos filhos. De tão nervoso, passou a evitar ficar no vestiário de ambos quando estes lutam, para não passar o seu nervosismo.
Matthew, bem, apesar do apelido, "Mágico", não consegue realizar muitos truques no ringue.
Ele perdeu por nocaute técnico por cortes (problema que atinge também Ricky) em dois assaltos para David Keir e por decisão polêmica para Davik Kirk. No primeiro caso, em qualquer lugar do mundo fora a Inglaterra a definição teria ido para as papeletas.
Tudo bem, alguns argumentam que, com um pouquinho mais de sorte, Matthew poderia estar invicto até hoje. Mas não são os mágicos que atraem a boa sorte?
Já a história de Ricky é diferente. O britânico é considerado o sexto melhor meio-médio-ligeiro do mundo hoje, segundo a publicação especializada "The Ring".
Invicto, com 34 vitórias e 25 nocautes, Ricky já é bem conhecido nos EUA, graças a um contrato com a rede de TV a cabo Showtime (a mesma que vinha exibindo os combates do baiano Popó).
Ricky começou de modo tímido, com participações no programa "Shobox, A Nova Geração", cuja função era revelar novos talentos.
Logo foi promovido às edições da "Showtime Championship Boxing"; e o "Hitman" foi acrescentando à lista de "vítimas" nomes como os dos ex-campeões Vince Phillips e Freddie Pendleton.
Brigador, gosta de pôr muita pressão nos rivais, bater na linha da cintura e sempre caminhar para a frente (pelo menos é o que deu para ver pela observação de parte de algumas de suas lutas em teipes obtidos por esta coluna).
Seu objetivo? Enfrentar o campeão unificado dos meio-médios-ligeiros, o russo Kostya Tszyu.
O próximo passo em direção a essa meta é superar o brasileiro Kelson Pinto, 27, pelo título interino dos meio-médios-ligeiros da OMB, em 3 de abril, ironicamente (principalmente para o pai, Ray) no estádio do Manchester United e com transmissão para os EUA.
Kelson é o segundo do ranking da OMB, apesar de ser ignorado na listagem da "The Ring". Curiosamente, a equipe de Kelson teve a oportunidade de ver bem de perto Ricky, em 2000, na última apresentação dele nos EUA.
O britânico lutou na preliminar de Popó x Lemuel Nelson, quando a mesma equipe que está hoje com Kelson dirigia também Popó.
A BandSports exibe no domingo, às 20h, VT da última luta de Kelson (que acontece na sexta) antes da disputa do título interino: uma revanche com José Otávio da Silva, a quem bateu no primeiro assalto em 2002. Trata-se de um mero "aquecimento".

Brasil 1
Desta vez até o CMB, mais prestigiosa das entidades que controlam o boxe, se interessou pelo Brasil. É que circulou esta semana e-mail no qual era dito que Anderson Clayton, que tem luta marcada para amanhã pelo título latino do CMB, tem hepatite -não poderia lutar. Maurício Sulaiman, secretário-executivo do CMB, ficou sabendo e ontem tentava falar com o panamenho Alberto Guerra, que está no Brasil representando a entidade, para que descubra o que acontece.

Brasil 2
Durante promoção de sua revanche com Diego Corrales, em 6 de março, Joel "Cepillo" Casamayor não resistiu e lançou farpas em direção a Popó. "Sou um guerreiro que dará uma revanche a qualquer um. Freitas não me preocupa, é um covarde", acusou o cubano.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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