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"Posso mostrar como matar", diz sócio
DO ENVIADO A LONDRES
O espanhol Rafael Nieto anda
furioso. Desde dezembro de 2001,
quando abriu uma academia de
ioga e artes marciais em sociedade com Kia Joorabchian, acostumou-se a ver reportagens exaltando o negócio em revistas como
"Elle", "Time Out" e "Vogue".
Nos últimos meses, isso mudou.
Tudo porque o iraniano colocou
o endereço da academia Karmaa
como sendo o da MSI na primeira
versão de documentos que apresentou ao Corinthians.
O suposto engano foi "corrigido". Quando a MSI foi formalmente criada, em 31 de agosto de
2004, declarou como sede o endereço do escritório de contabilidade Wilson Wright and Co.
Já era tarde. Procurado pela imprensa brasileira nos últimos meses, Nieto se nega a falar sobre o
sócio. O espanhol não revela onde
e como conheceu Kia e também
não explica por que outra empresa do iraniano, a Iran Investment
and Development, está registrada
no endereço da academia.
"Não posso falar nada. Se quiser
saber de algo, vá perguntar a ele",
disse Nieto, 48, ex-técnico da seleção britânica de karatê. "Mas, se
você quiser, posso te mostrar como se mata um homem."
A Karmaa foi fundada em 19 de
dezembro de 2001 no coração do
Stables Market, em Camden
Town, badalado bairro alternativo de Londres, com ateliês de tatuagem e piercing e barracas vendendo cogumelos alucinógenos.
Nos primeiros oito meses, funcionou sob o nome Zen-Do Limited. Em 13 de agosto de 2002, foi
rebatizada como Karmaa.
A academia é um oásis em meio
à bagunça de Camden Town. Na
entrada, uma estátua de Buda e
uma placa indicando alguns dos
serviços oferecidos, como shiatsu,
acupuntura, aromaterapia, tai-chi-chuan, ioga e fisioterapia.
Mas o forte da Karmaa são lutas.
Há até capoeira no cardápio.
Cada sócio tem 50% da academia. Porém no último balanço,
referente ao exercício de 2003,
aparecem 66.500 libras (ou R$
332.607) emprestadas à empresa
pelo iraniano. Além disso, naquele ano a Karmaa tomou R$ 1,938
milhão em empréstimos.
O balanço indica um patrimônio líquido em 2003 de 52.743 libras (R$ 263.800). Ou apenas 11%
do total das dívidas.
(FSX)
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