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VÔLEI
O domínio e a mordomia
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
No Carnaval, a bola pára
de rolar na Superliga, então
vale fazer um pequeno balanço
dos números. O Rio de Janeiro, do
técnico Bernardinho, impressiona nas estatísticas. O time, o único invicto do torneio, com 15 vitórias, é o líder em eficiência em todos os fundamentos, com exceção
da defesa.
É isso mesmo. O time é o dono
do melhor ataque, bloqueio, saque, recepção e levantamento da
Superliga. Na defesa, aparece em
segundo lugar, atrás só do Osasco,
o grande rival. Poucas vezes, com
exceção do período da Sadia e do
Leites Nestlé, viu-se um domínio
tão absoluto de um time.
Para se ter uma referência, basta dar uma olhadinha nas estatísticas do torneio masculino. Cada
time lidera em um fundamento, e
só o Florianópolis tem melhor
aproveitamento em dois: bloqueio e levantamento. No ataque
é o Minas; no saque, o São Leopoldo; na defesa, a Unisul; na recepção, o Santo André.
Está certo que na Superliga
masculina há um maior número
de times em condições de chegar
ao título. Pelo menos Minas, Florianópolis, Unisul e Banespa. Sem
contar Bento Gonçalves, São Leopoldo, Campinas e Ulbra, que são
rivais complicados. Talvez sejam
esses os motivos para o equilíbrio.
No feminino, a final deve ser entre Rio e Osasco. O Macaé, das
atacantes Érika e Elisângela, e o
Pinheiros, do técnico Claudinho,
desempenham o papel de adversários perigosos, mas dificilmente
vão chegar ao título. Foi a derrota
para o Pinheiros que tirou o Osasco da briga pelo primeiro lugar na
fase de classificação.
Nas estatísticas individuais, pode-se perceber outra qualidade do
Rio: a distribuição de bola. A
maior pontuadora tradicionalmente é a oposto. É o caso do
Osasco, que tem Bia, com 454 ataques, dos quais 207 foram pontos.
Bia é a segunda maior pontuadora do torneio, com 238 pontos em
todos os fundamentos.
No Rio, a maior pontuadora é
Fabiana, uma central de 21 anos e
1,94 m. Ela marcou 197 pontos,
135 de ataque. Na relação das dez
melhores atacantes, o Rio tem
Sassá e Renatinha. A primeira
atacou 274 bolas, e a segunda 310.
Ou seja, o Rio está jogando com
velocidade e melhor distribuição.
Somado a tudo isso, também há
o fator emocional. A levantadora
Fernanda Venturini, do Rio, vai
se despedir das quadras no final
da Superliga e não vai querer perder o título. Ela lidera as estatísticas de melhor levantadora, seguida por Paula, do Suzano, uma
das revelações do torneio.
Para encerrar, fica o registro da
reportagem de Mariana Lajolo,
publicada pela Folha na sexta. É
surpreendente que o CT de Saquarema, sede de treinos das seleções, seja usado como colônia de
férias por empresários, dirigentes,
amigos e familiares do presidente
da CBV, Ary Graça Filho.
A turma, convidada por Graça,
passará o Carnaval no CT em
frente à praia com quadras de vôlei, tênis, piscina, saunas, banheiras de hidromassagem etc. É triste
que um esporte campeão como o
vôlei brasileiro tenha ainda que
conviver com notícias como essa.
Europeu
Foi mais fácil do que o previsto: o Perugia, da levantadora Fofão e da
central Walewska, se classificou para a fase final da Liga dos Campeões, o torneio mais importante da Europa. O time garantiu a vaga
ao bater o Uralochka, do técnico russo Nikolai Karpol, por 3 a 0 (25/21, 25/19 e 25/21). No jogo de ida, na Rússia, a vitória fora por 3 a 2.
Italiano
O Macerata, do central Rodrigão, derrotou com surpreendente facilidade o Modena, do levantador Ricardinho, na rodada do fim de semana do Campeonato Italiano. A vitória foi por 3 sets a 0 (25/21, 25/19 e 25/18). Com o resultado, o Macerata passa a dividir com o Treviso, do central Gustavo, o favoritismo para terminar a fase de classificação em primeiro lugar.
E-mail - cidasan@uol.com.br
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